ATA DA OCTOGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA
SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM
11-10-2006.
Aos onze dias do mês de
outubro do ano de dois mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores
Adeli Sell, Claudio Sebenelo, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson,
Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José
Ismael Heinen, Maristela Maffei, Mônica Leal e Nereu D'Avila. Constatada a existência
de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a
Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Carlos
Comassetto, Carlos Todeschini, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr.
Raul, Ibsen Pinheiro, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste,
Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Neuza Canabarro, Professor Garcia, Sofia Cavedon,
Valdir Caetano e Zé Valdir. À MESA, foram encaminhados: pela Comissão de Defesa
do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, o Pedido de Providência n°
1823/06 (Processo n° 4898/06); pelo Vereador Adeli Sell, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 206 e 208/06 (Processos nos 4743 e
4761/06, respectivamente); pelo Vereador Alceu Brasinha, os Pedidos de
Providência nos 1824, 1825, 1826 e 1827/06 (Processos nos
4907, 4908, 4909 e 4910/06, respectivamente); pelo Vereador Carlos Comassetto,
o Pedido de Providência no 1828/06 (Processo no 4914/06);
pelo Vereador Carlos Todeschini, os Pedidos de Providência nos 1818
e 1819/06 (Processos nos 4892 e 4894/06, respectivamente); pelo
Vereador Claudio Sebenelo, o Projeto de Lei do Legislativo n° 122/06 (Processo
n° 2995/06); pelo Vereador José Ismael Heinen, os Pedidos de Providência nos
1838, 1839, 1840 e 1841/06 (Processos nos 4938, 4939, 4940 e
4941/06, respectivamente); pela Vereadora Maria Celeste, os Pedidos de
Providência nos 1829, 1830, 1831, 1832 e 1833/06 (Processos nos
4915, 4916, 4917, 4918 e 4919/06, respectivamente); pelo Vereador Mario Fraga,
os Pedidos de Providência nos 1834, 1835, 1836 e 1837/06 (Processos
nos 4934, 4935, 4936 e 4937/06, respectivamente); pela Vereadora
Neuza Canabarro, os Pedidos de Providência nos 1820, 1821 e 1822/06
(Processos nos 4895, 4896 e 4897/06, respectivamente). Também, foi
apregoado o Ofício nº 939/06, de autoria do Senhor Prefeito Municipal de Porto
Alegre, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo n° 045/06 (Processo nº 4860/06).
Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 809, 810, 811, 812, 813/06, de
autoria do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. Em PAUTA, Discussão
Preliminar, estiveram: em 1a Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo
nos 072/05 e 193/06, discutidos pelos Vereadores João Antonio Dib e
João Carlos Nedel; em 2a Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos
198/06, discutido pelo Vereador João Carlos Nedel, 204 e 205/06, este discutido
pela Vereadora Clênia Maranhão e pelo Vereador João Carlos Nedel, os Projetos
de Lei do Executivo nos 040, 041 e 042/06; em 3a Sessão,
os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos 025 e 016/06,
este discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel, Carlos Todeschini e Carlos Comassetto,
os Projetos de Lei do Legislativo nos 197, 200 e 202/06, os Projetos
de Lei do Executivo nos 038 e 039/06. Na ocasião, constatada a
existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador
Bernardino Vendruscolo, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares
no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o
Suplente Dr. Raul, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Urbanização,
Transportes e Habitação. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador
Aldacir Oliboni, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje,
tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Mauro Pinheiro,
informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Saúde e Meio Ambiente.
Ainda, foram apregoadas Declarações firmadas pela Vereadora Sofia Cavedon,
Líder da Bancada do PT, informando o impedimento dos Suplentes Marcelo Danéris,
Guilherme Barbosa e Gerson Almeida em assumirem a vereança no dia de hoje, em
substituição ao Vereador Aldacir Oliboni. Ainda, foi apregoado Requerimento de
autoria do Vereador Paulo Odone, solicitando Licença para Tratamento de Saúde
no dia de hoje. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Haroldo de Souza
manifestou-se sobre a matéria publicada no Jornal O Sul de hoje, que denunciou
o pagamento de despesas em casas noturnas de Porto Alegre com recursos da
Companhia Rio-Grandense de Artes Gráficas. Também, referiu-se à proposta de sua
autoria, criando a Secretaria do Idoso, que não obteve acolhida do Governo
Municipal, e defendeu a implantação de um Hospital de Pronto Socorro na Zona
Sul da Cidade. O Vereador Nereu D'Avila historiou as medidas relacionadas com a
Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira – CPMF –, desde que foi
criada até o recente anúncio da sua prorrogação, feito pelo Ministro do Planejamento,
Orçamento e Gestão, Senhor Paulo Bernardo Silva, no dia de ontem. Sobre o
assunto, justificou que se posicionaria favoravelmente à manutenção dessa
cobrança, desde que ela fosse, de fato, destinada à saúde. A seguir, foi
apregoada a Emenda nº 02, proposta pelo Vereador Luiz Braz e assinada pelo
Vereador Claudio Sebenelo, Líder da Bancada do PSDB, ao Projeto de Lei do
Executivo nº 021/06 (Processo nº 3606/06). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
João Antonio Dib saudou modificações anunciadas pelo Governo Municipal no
sistema de transporte público do Centro, elogiando a proposta de criação de
novos terminais de passageiros e a utilização de microônibus gratuitos para a
área central. Também, sugeriu a utilização de blocos de concreto de diferentes
cores para marcação de faixas de pedestre nas vias públicas, alegando que essa
medida possibilitaria economia e melhor resultado visual. O Vereador Claudio
Sebenelo comentou as notícias veiculadas recentemente pela imprensa sobre o
acidente aéreo ocorrido no dia vinte e nove de setembro, no Estado de Mato
Grosso, e a contaminação por resíduos industriais das águas do Rio dos Sinos.
Além disso, protestou contra a realização de testes nucleares pelo governo da
Coréia do Norte, asseverando que essa tecnologia é perigosa por não ser
completamente dominada pela humanidade. Em continuidade, foi apregoado
Requerimento de autoria do Vereador Raul Carrion, solicitando Licença para Tratamento
de Saúde no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na
vereança o Suplente Zé Valdir, informando que Sua Excelência integrará a Comissão
de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana. Na ocasião, foram
apregoadas Declarações firmadas pela Vereadora Sofia Cavedon, Líder da Bancada
do PT, informando o impedimento dos Suplentes Marcelo Danéris, Guilherme Barbosa
e Gerson Almeida em assumirem a vereança no dia de hoje, em substituição ao
Vereador Raul Carrion. Após, constatada a existência de quórum deliberativo,
foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Sebastião Melo, solicitando
Licença para Tratar de Interesses Particulares no dia de hoje, tendo o Senhor
Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Jocelin Azambuja, informando
que Sua Excelência integrará a Comissão de Educação, Cultura, Esportes e
Juventude. Na oportunidade, foram apregoadas Declarações firmadas pelo Vereador
Ibsen Pinheiro, Líder da Bancada do PMDB, informando o impedimento dos Suplentes
Gustavo Bierhals, Fabrício Klein, Jorge Sodré, Ana Maria Álvares e Comas e
Angelica Konzen em assumirem a vereança no dia de hoje, em substituição ao Vereador
Sebastião Melo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Comassetto enalteceu
o trabalho desenvolvido pela Polícia Federal no combate ao crime organizado e à
corrupção. Ainda, mencionou notícia sobre irregularidades na Companhia
Rio-Grandense de Artes Gráficas e responsabilizou a Fundação Estadual de
Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler pela contaminação das águas do Rio
dos Sinos, criticando a gestão dessas empresas pelo Governo Estadual. A
Vereadora Maristela Maffei registrou
sua satisfação com os resultados obtidos pelo Partido Socialista Brasileiro nas
eleições do dia primeiro de outubro do corrente, destacando que esse Partido atingiu os índices de eleitores
exigidos pela chamada “cláusula de barreira”, constante na Lei Federal nº
9.096/95. Também, afirmando
seguir uma ideologia socialista, declarou
seu apoio ao nome de Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições à
Presidência da República. O Vereador José Ismael Heinen reportou-se a notícias publicadas hoje na imprensa, sobre
auditoria a ser promovida pelo Tribunal de Contas do Estado junto à Companhia
Rio-Grandense de Artes Gráficas, em face de gastos irregulares efetuados por
integrantes da diretoria dessa instituição. Ainda, criticou a gestão do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva à
frente do Governo Federal e agradeceu os votos recebidos como candidato a
Deputado Estadual nas eleições ocorridas no início do corrente mês. O Vereador
Cassiá Carpes contestou o artigo
“A higienização maculada”, publicado pelo Vereador Carlos Todeschini no jornal
Zero Hora do dia seis de outubro deste mês, em que são criticadas ações do
Governo Municipal para remoção de moradores de rua que viviam embaixo de pontes
de Porto Alegre. Além disso, teceu
considerações acerca do apoio anunciado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra à candidatura de Luiz Inácio
Lula da Silva para Presidente da República. A seguir, foi apregoada a
Emenda nº 03, de autoria dos Vereadores Raul Carrion, Sofia Cavedon e Maristela
Maffei, Líderes, respectivamente, das Bancadas do PCdoB, PT e PSB, Adeli Sell,
Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Margarete Moraes, Mauro Pinheiro e Zé
Valdir, ao Projeto de Lei do Executivo nº 021/06 (Processo nº 3606/06). Após,
constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Às quinze horas
e cinqüenta minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo
retomados às dezesseis horas e cinqüenta e três minutos, constatada a existência
de quórum. Em prosseguimento, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo
Vereador Dr. Goulart, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria
constante da Ordem do Dia, conforme deliberado pelo Colégio de Líderes. Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Decreto Legislativo nº
008/06, após ser encaminhado à votação pela Vereadora Clênia Maranhão. Na
oportunidade, em face de Questões de Ordem formuladas pelos Vereadores Adeli
Sell e Sofia Cavedon, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do
Ofício nº 952/06, de autoria do Senhor Eliseu Santos, Prefeito Municipal de
Porto Alegre, em exercício, referente à viagem a ser realizada pelo Prefeito
José Fogaça a Londres, na Inglaterra. Também, o Vereador João Antonio Dib
manifestou-se acerca do resultado da votação do Projeto de Decreto Legislativo
nº 008/06. Ainda, foi apregoada a Subemenda nº 01, de autoria da Vereadora
Sofia Cavedon, Líder da Bancada do PT, e dos Vereadores Adeli Sell, Carlos Todeschini
e Mauro Pinheiro, à Emenda nº 03, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº
021/06. Também, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo Sr.
Presidente, relativamente ao Projeto de Lei do Executivo nº 021/06: de autoria
da Vereadora Sofia Cavedon, solicitando votação em destaque para a Emenda nº 03
e para a Subemenda nº 01 à Emenda nº 03; de autoria da Vereadora Margarete
Moraes, solicitando votação em destaque para a Emenda nº 01. Em Discussão Geral
e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 021/06, com ressalva
dos destaques, da Mensagem Retificativa, das Emendas e da Subemenda a ele
apostos, por vinte e três votos SIM, oito votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser
discutido pelos Vereadores Nereu D'Avila, Sofia Cavedon, Clênia Maranhão, Luiz
Braz, Margarete Moraes, Elias Vidal, Zé Valdir, Elói Guimarães, Jocelin
Azambuja, Cassiá Carpes, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael
Heinen, Carlos Todeschini,
Professor Garcia e Carlos Comassetto e encaminhado à votação pelas Vereadoras
Maristela Maffei e Sofia Cavedon e pelo Vereador Luiz Braz, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo votado Sim os Vereadores Alceu
Brasinha, Almerindo Filho, Cassiá Carpes, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão,
Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de
Souza, Ibsen Pinheiro, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Jocelin Azambuja,
José Ismael Heinen, Mario Fraga, Maristela Maffei, Mônica Leal, Nereu D'Avila,
Neuza Canabarro, Professor Garcia e Valdir Caetano, Não os Vereadores Carlos
Comassetto, Carlos Todeschini, João Antonio Dib, Margarete Moraes, Maria
Celeste, Mauro Pinheiro, Sofia Cavedon e Zé Valdir e tendo optado pela Abstenção
o Vereador Luiz Braz. Durante
a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 021/06, os Vereadores João Bosco
Vaz, Mauro Pinheiro, Mario
Fraga, Maria Celeste e Alceu Brasinha cederam seus tempos de discussão,
respectivamente, aos Vereadores Nereu D'Avila, Sofia Cavedon, Elias Vidal, Zé Valdir e Elói Guimarães. Na
ocasião, a Vereadora Sofia Cavedon formulou Requerimento verbal, solicitando a
retirada de termos constantes no pronunciamento do Vereador Cassiá Carpes, durante
o período de discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 021/06, o que foi deferido
pelo Senhor Presidente, após a anuência do orador. Também, o Vereador Professor
Garcia formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando
a retirada de termos constantes no pronunciamento por ele efetuado quando da
discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 021/06. Foi votada
destacadamente e rejeitada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Executivo
nº 021/06, por nove votos SIM, vinte e dois votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser
encaminhada à votação pela Vereadora Margarete Moraes e pelo Vereador Claudio
Sebenelo, em votação nominal solicitada pelo Vereador Nereu D'Avila, tendo
votado Sim os Vereadores Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Luiz Braz,
Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Mauro Pinheiro, Sofia
Cavedon e Zé Valdir, Não os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Cassiá
Carpes, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal,
Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Bosco
Vaz, João Carlos Nedel, Jocelin Azambuja, José Ismael Heinen, Mario Fraga,
Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Professor Garcia e Valdir Caetano
e tendo optado pela Abstenção o Vereador João Antonio Dib. Foi aprovada a
Mensagem Retificativa aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 021/06, por
vinte e dois votos SIM e nove ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo
Vereador Haroldo de Souza, tendo votado os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo
Filho, Cassiá Carpes, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Raul,
Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro,
João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Jocelin Azambuja, José Ismael Heinen, Mario
Fraga, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Professor Garcia e Valdir
Caetano e tendo optado pela Abstenção os Vereadores Carlos Comassetto, Carlos
Todeschini, João Antonio Dib, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mauro
Pinheiro, Sofia Cavedon e Zé Valdir. Foi rejeitada a Emenda nº 02, aposta ao
Projeto de Lei do Executivo nº 021/06, por oito votos SIM, vinte e dois votos
NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de
Souza, tendo votado Sim os Vereadores Carlos Comassetto, Carlos Todeschini,
Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Sofia Cavedon e Zé
Valdir, Não os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Cassiá Carpes,
Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói
Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Bosco Vaz,
João Carlos Nedel, Jocelin Azambuja, José Ismael Heinen, Mario Fraga, Mônica
Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Professor Garcia e Valdir Caetano e tendo
optado pela Abstenção o Vereador João Antonio Dib. Após, o Vereador Nereu
D'Avila manifestou-se acerca da prejudicialidade decorrente da apreciação da
Emenda nº 03, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 021/06. A seguir, foi
aprovada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, nos termos regimentais.
Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 03, aposta ao Projeto de Lei
do Executivo nº 021/06, por sete votos SIM, vinte e um votos NÃO e uma ABSTENÇÃO,
após ser encaminhada à votação pela Vereadora Sofia Cavedon, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo votado Sim os Vereadores
Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mauro
Pinheiro, Sofia Cavedon e Zé Valdir, Não os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo
Filho, Cassiá Carpes, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Raul,
Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro,
João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Jocelin Azambuja, José Ismael Heinen, Mario
Fraga, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro e Valdir Caetano e tendo
optado pela Abstenção o Vereador João Antonio Dib. Na ocasião, o Senhor Presidente declarou
prejudicada a Subemenda nº 01 à Emenda nº 03, aposta ao Projeto de Lei do
Executivo nº 021/06, em face da rejeição da Emenda nº 03. Às dezoito horas e
cinqüenta e seis minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos
foram presididos pelos Vereadores Dr. Goulart, Haroldo de Souza e Elói
Guimarães, este nos termos do artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e secretariados pelo Vereador Haroldo de
Souza e Elias Vidal. Do que eu, Haroldo de Souza, 1º Secretário, determinei
fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada
por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Havendo
quórum, passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. N. 1493/05 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 072/05, de autoria do Ver.
Aldacir Oliboni, que estabelece a realização de exame de catarata e
glaucoma congênitos nos recém-nascidos em maternidades e hospitais públicos ou
conveniados com o Sistema Único de Saúde no Município de Porto Alegre e dá outras providências. Com Substitutivo nº
01.
PROC.
N. 4448/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 193/06, de autoria do Ver. Ervino Besson, que institui, no
Município de Porto Alegre, como evento de caráter econômico, social, cultural e
turístico, a Feira do Produtor Rural, que se realizará entre os dez primeiros
dias de cada mês, no Largo Jornalista Glênio Peres, e dá outras providências. Com
Emendas nos. 01 e 02.
2ª SESSÃO
PROC. N. 4597/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 198/06, de autoria da Verª
Maristela Meneghetti, que altera o caput do art. 1º da Lei nº 4.555, de
30 de abril de 1979, que autoriza o Município a permitir licenças para o
exercício do comércio ambulante, suprimindo a limitação de licenças.
(licença/Chaveiro)
PROC.
N. 4698/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 204/06, de autoria do Ver. Ervino Besson, que denomina Rua Jose
Flavio Britz o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Rua 6372 -
Loteamento Colinas de São Francisco. (Este projeto com parecer favorável das
Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo
requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)
PROC.
N. 4699/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 205/06, de autoria da Verª Clênia Maranhão, que institui o Dia
pela Vida/contra a Pena de Morte, a ser comemorado, anualmente, no dia 30 de novembro,
passando a integrar o Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre.
PROC.
N. 4775/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 040/06, que declara de utilidade pública o Centro
de Reabilitação Vita.
PROC.
N. 4776/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 041/06, que autoriza a abertura de Crédito
Adicional Especial no Executivo Municipal, no valor de R$10.250.079,00, e dá
outras providências.
PROC.
N. 4777/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 042/06, que declara de utilidade pública a
Clínica Esperança de Amparo à Criança - CEACRI.
3ª SESSÃO
PROC.
N. 4550/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 197/06, de autoria do Ver. Ervino Besson, que denomina Rua
Reinaldo Muller o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Rua 6417, localizado no Bairro Ponta Grossa. (Este
projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar
será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)
PROC. N. 4631/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 200/06, de autoria do Ver.
Cassiá Carpes, que inclui, no Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre, o Desfile Farroupilha de
Belém Novo, organizado pelo Piquete Nena Barulho, realizado no segundo domingo
de setembro de cada ano.
PROC.
N. 3940/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 016/06, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que institui o
Sistema Municipal de Inclusão Digital, o Conselho Municipal de Inclusão
Digital, órgão responsável pela definição das diretrizes gerais da política de
inclusão digital no Município, e dá outras providências.
PROC.
N. 4536/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 025/06, de autoria do
Ver. João Antonio Dib, que
modifica os limites da Subunidade (SU) 01 da Unidade de Estruturação Urbana
(UEU) 12 da Macrozona (MZ) 5, na extremidade da Rua Amapá, e inclui o Parque
Municipal Gabriel Knijnik nesta Unidade, nos termos do inciso III do art. 162
da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999, e alterações posteriores
(PDDUA).
PROC.
N. 4664/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 202/06, de autoria da
Mesa Diretora, que consolida
a legislação sobre o estacionamento temporário de veículos, mediante pagamento,
em vias e logradouros públicos de uso comum, revoga as Leis nos
6.002, de 2 de dezembro de 1987, 6.806, de 21 de janeiro de 1991, 7.775, de 27
de março de 1996, 7.919, de 16 de dezembro de 1996, 8.895, de 24 de abril de
2002, 8.897, de 30 de abril de 2002 e 9.418, de 6 de abril de 2004, e libera, a
critério da Secretaria Municipal dos Transportes (SMT), nos horários e dias da semana que determina, os locais
onde o estacionamento é proibido. (somente serão aceitas Emendas para correção
técnica - art. 131-A do Regimento da CMPA)
PROC.
N. 4677/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 038/06, que declara de utilidade pública a
entidade Assistência e Promoção Social Exército da Salvação - APROSES.
PROC.
N. 4678/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 039/06, que autoriza desafetação do imóvel
próprio municipal localizado no Loteamento Jardim Guanabara e Loteamento
Intercap, nesta Capital.
O
SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
Hoje, em 1ª Sessão de
Pauta, há duas leis, uma do Ver. Aldacir Oliboni, que quer a realização de
exame de catarata e glaucoma congênitos nos recém-nascidos em maternidades e
hospitais públicos ou conveniados com o Sistema Único de Saúde, o SUS. Eu acho
importante, mas ele fez um Projeto de Lei e em seguida apresentou um
Substitutivo, e, no Substitutivo, ele apenas retirou um parágrafo que diz que
“o exame a que se refere o caput desse artigo será realizado sob a
responsabilidade técnica do pediatra e oftalmologista da Unidade”. Ora, se eu
preciso fazer uma lei para dizer ao médico que ele tem que cuidar das crianças,
se ele é pediatra ele tem que verificar se o recém-nascido tem os olhos
perfeitos ou não, eu acho que nós vamos muito mal se precisarmos fazer essa
lei, mas em todos os casos, tudo bem, ele tem o direito de fazer leis; o nosso
problema parece ser fazer leis, leis e mais leis. E são tão profícuos os legisladores,
que agora nesse caso da legislação que trata da cláusula de desempenho ou
cláusula de barreira, como queiram chamar, feita a lei já estão discutindo se
está certa ou se está errada, se é constitucional ou se é inconstitucional. É
assim que se faz no País, fazemos leis, e deixa tudo por isso mesmo.
Já
o Ver. Ervino Besson quer instituir no Município de Porto Alegre, como evento
de caráter econômico, social, cultural e turístico, a Feira do Produtor Rural,
que se realizará entre os dez primeiros dias de cada mês, no Largo jornalista
Glênio Peres. Nesse sentido, Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, existem duas leis - duas leis -, não diz que é no Largo Glênio
Peres; uma autoriza o Executivo Municipal a criar a Exposição Municipal de Agropecuária,
de caráter cultural, técnico e comercial, que visará à divulgação, incentivo,
comercialização e melhoras da produção agrícola, principalmente dentro dos
critérios de sustentabilidade; a outra, já de 2004 - a primeira é de 1996 -,
oficializa, no âmbito do Município, a Feira Agropecuária de Produção Primária
de Porto Alegre. Fica oficializada no âmbito do Município a Feira Agropecuária
de Produção Primária de Porto Alegre, que se destinará a promover anualmente a
produção agropecuária do Município. É mais uma lei para promover a venda dos
produtos agrícolas na nossa Cidade. E, como eu disse, três milhões e meio de
leis não superaram ainda os 10 Mandamentos.
Eu
fui Prefeito desta Cidade e não tinha lei para fazer essa feira dos produtores
para beneficiar os consumidores porto-alegrenses. E não havia necessidade de
lei! Uma vez, a cada quinze dias, na frente do prédio onde estava a Loja
Guaspary - agora há outra atividade lá -, os produtores vendiam os seus
produtos diretamente da lavoura, diretamente da colheita que faziam, para os
consumidores do Município de Porto Alegre.
Não
há necessidade de lei. Há necessidade de buscar solução para problemas que
existem. Agora, duas leis já estão aí, vamos fazer uma terceira lei, e vai
continuar não havendo a oportunidade de os produtores venderem os seus produtos
à população, porque, segundo dizem os doutos aqui da Casa, precisa de lei! Não,
não precisa de lei: precisa de vontade política para vender produtos em locais
que a Prefeitura determine. Não há necessidade de fazer uma lei para que os
produtores vendam os seus produtos diretamente aos consumidores. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
(O
Ver. Dr. Goulart assume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A
Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Rapidamente,
Presidente, eu queria, neste período de discussão dos projetos em andamento,
destacar, entre as dezenas e dezenas de Projetos que estamos trabalhando nesta
Casa, um Projeto de minha autoria, que não é um Projeto que trata das questões
do Município. Eu sempre digo que a minha atuação política podia categorizar-se
em dois grandes pilares: primeiro, um pilar que trabalha as questões do
cotidiano da Cidade, a questão da busca, do fortalecimento das
infra-estruturas, do desenvolvimento da Cidade, da construção da qualidade de
vida para os munícipes; o segundo pilar de atuação que eu defendo, que também é
uma responsabilidade dos Vereadores, são temas que intitulo como civilizatórios,
são as questões dos direitos, as questões que envolvem os direitos difusos, as
questões que envolvem os direitos individuais, que tratam dos direitos, por
exemplo, do consumidor, da criança, a questão dos direitos das mulheres, a
questão dos direitos humanos que também, segundo esse conceito de trabalho,
pode e deve ser tratado em nível dos Poderes locais.
Então,
na verdade, estou trazendo para esta Casa uma proposta de que Porto Alegre se
filie a uma corrente, que entre numa rede de debates mundiais, que hoje é
coordenada por uma série de instituições como a Anistia Internacional, a
Comunidade de Santo Egídio, o Fórum Internacional que debate a questão da pena
de morte. Uma série de outras entidades procura constituir uma rede de
entidades que monta o dia específico: o Dia pela Vida/ contra a Pena de Morte.
Hoje
o Brasil - apesar de ter tido durante muitos séculos - não tem a pena de morte,
porém a violência urbana, o crescimento da violência, a ineficiência do Estado,
das unidades da Federação, em tratar a temática da violência tem sido uma
questão que tem desembocado em uma luta muito imediatista. Ao contrário do que
eu acredito que deva ser o caminho de enfrentamento da violência, que é
exatamente a cobrança do aparelhamento das instituições policiais, que é o
aprimoramento das ações educacionais na formação das cidadãs e dos cidadãos,
que a efetiva punição dos culpados, independente de serem ladrões de
“colarinhos brancos” ou de serem ladrões de populações em situação de risco e
abandono, eu acho que a discussão do enfrentamento da violência tem de passar,
também, pelo debate difícil, mas extremamente necessário, da política
carcerária brasileira e da política de criação, neste País, de um sistema
integrado de segurança, que foi inclusive um tema tão trabalhado pela nossa
colega Verª Mônica Leal nesses últimos meses.
Então,
eu acho que o debate de inclusão ou não de uma cidade como Porto Alegre na rede
internacional promovida, coordenada, fundamentalmente, pela comunidade de Santo
Egídio, nos propicia não apenas o debate específico sobre as penas capitais,
mas nos leva também a instigar o debate em nível do Poder local sobre a
necessidade do aprimoramento das políticas de segurança, da eficiência do
Estado, da rediscussão de uma política carcerária que, efetivamente, reintegre
e não aprimore o processo de desintegração.
Então
esse é o objetivo dessa iniciativa, o objetivo de colocar, mais uma vez, os
debates universais, internacionais para que possam ser discutidos na vida
cotidiana de um Parlamento local.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver.
Bernardino Vendruscolo solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares
no dia de hoje.
(Obs.: Foi aprovado Requerimento do Ver.
Bernardino Vendruscolo e dada a posse ao Suplente, conforme consta da Ata.)
O
Ver. Aldacir Oliboni solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje.
(Obs.
Foi apregoado Requerimento de licença do Ver. Aldacir Oliboni e dada a posse ao
Suplente, conforme consta da Ata.)
O
nosso prezado e querido Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir
a Pauta.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre
Presidente, Ver. Dr. Goulart; Vereadores e Vereadoras, em 1ª Sessão de Pauta há
um Projeto do Ver. Oliboni que estabelece a realização de exame de catarata e
glaucoma congênito nos recém-nascidos, em maternidades e hospitais públicos ou
conveniados com o SUS; contém um Substitutivo que retira algumas
inconstitucionalidades. Como Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente
desta Casa, eu acho que a intenção do Projeto é muito boa, porque nós devemos
cuidar, já, desde o nascimento, do fortalecimento da Saúde das crianças. Este
Projeto deverá ter um bom andamento nesta Casa e ser avaliado pelos Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras.
Também
há um Projeto do Ver. Ervino Besson que institui a instalação da Feira do
Produtor Rural no Largo Glênio Peres, uma vez por mês, nos primeiros 10 dias de
cada mês. Efetivamente, é meritório, mas eu vejo alguns detalhes. Junto ao
Largo Glênio Peres, situa-se o Hortomercado, que já vende produtos
hortifrutigranjeiros. Seria uma concorrência direta àqueles comerciantes já ali
estabelecidos com alvará, com todos os detalhes. Penso que é uma concorrência
desnecessária; acho que a Feira do Produtor seria importante em regiões em que
não aconteçam outras feiras, que tenham dificuldade de abastecimento, em que
não haja supermercado, uma série de detalhes. No meu entendimento, temos de
avaliar profundamente se é importante isso, ou seja, haver essa Feira ali no
Centro, ao lado de comerciantes lá estabelecidos já há um bom tempo. Devemos
avaliar a idéia, talvez, seja de outros produtos não vendidos no Hortomercado;
penso que então, aí, nesse caso, deverá ser uma feira orientada para não
concorrer com os outros comerciantes. Sendo assim, acho a idéia importante.
Também há um Projeto da Verª Maristela Meneghetti que permite licença para o
exercício do comércio ambulante de chaveiros. Esse também é um assunto que deve
ser estudado e vem justamente quando eu tenho recebido várias reclamações de
chaveiros já estabelecidos, não sei se com ou sem alvará, ou com alvará
provisório já vencido, pois a Secretaria Municipal de Indústria e Comércio tem
retirado os chaveiros das ruas, do comércio ambulante. Acho que talvez a Verª
Maristela queira justamente atender a essas pessoas de quem têm sido retirado o
seu ganha-pão.
Um
outro Projeto que está em Pauta é o do Ver. Carlos Todeschini que institui o
Sistema Municipal de Inclusão Digital e cria o Conselho Municipal de Inclusão
Digital. Acho meritório o Projeto, embora nós todos saibamos que criação de
Conselhos Municipais é prerrogativa exclusiva do Executivo.
Nós
não podemos ingressar na área de competência exclusiva do Executivo. Acho que,
embora seja importante, devemos aguardar que o Executivo tome a iniciativa de
enviar esse Projeto.
Afora
isso, há um outro Projeto da Verª Clênia Maranhão que institui o Dia pela Vida,
contra a Pena de Morte.
Apóio
esse Projeto e incluo também o Dia pela Vida, Contra a Pena de Morte e contra o
aborto de crianças indefesas. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito obrigado, Vereador.
O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, público presente e assistência do Canal 16, venho para discutir o
PLCL nº 016/06, de nossa autoria, cujo Processo tramita com o nº 3.940/06, que
institui o Sistema Municipal de Inclusão Digital, o Conselho Municipal de
Inclusão Digital, órgão responsável pela definição das diretrizes gerais da
política de inclusão digital no Município de Porto Alegre, e dá outras
providências.
É
sabido que, a partir da Administração Popular, Porto Alegre foi o Município
pioneiro, ou um dos pioneiros, em matéria de inclusão digital.
E isso se configurou,
traduziu-se através da instalação de um grande número de Telecentros, que
tinham por objetivo principal realizar a inclusão digital no Município de Porto
Alegre.
E
isso foi feito numa parceria entre Governo Municipal, Procempa, Caixa Econômica
Federal, Banco do Brasil e Governo Federal; foram várias situações importantes
e que realizaram um trabalho destacado nas nossas comunidades. Realizaram um
trabalho de alta satisfação e de retorno qualificado para as comunidades
carentes, especialmente, que não têm acesso aos meios digitais para os mais
variados fins e necessidades, Ver. Mauro. Desde a inclusão no domínio, na
alfabetização, nos rudimentos da digitalização até os elementos mais
necessários do dia-a-dia, como, por exemplo, a elaboração e o envio de um
currículo pela Internet. Muitas pessoas passaram a acessar o emprego a partir
dos Telecentros. Ocorre que, com a mudança do Governo, por motivações variadas,
houve uma alteração substancial e um abandono gradual desses Telecentros, e a
argumentação usada pelo Governo, para não investir, para não destinar recursos,
foi de que o Programa não estava previsto e não tinha Orçamento no Município.
Em determinado grau, há fundamento quanto a essa afirmação. No entanto, o que
não se viu foi determinação e esforço por parte do Município para fazer a
experiência continuar e avançar. É por isso que nós estamos propondo a
instituição dos programas de inclusão digital, de modo que, uma vez estando
isso constante na lei, já possa ser previsto o regramento, o funcionamento, a
parceria e o financiamento dessas importantes e fundamentais estruturas do
Poder Público em parceria com as nossas comunidades.
A
inclusão digital faz parte, na sociedade moderna, de um domínio, de uma
tecnologia insubstituível e inadiável. E nós temos, ainda, largos passos a dar,
quando se trata de um país em desenvolvimento como o Brasil, para que a nossa
juventude, para que os nossos trabalhadores e para que os nossos irmãos de mais
idade possam acessar e estarem incluídos no sistema digital.
Isso
é o mundo atual, o mundo cada vez mais moderno, cada vez mais futuro. E é por
isso que nós estamos propondo, então, em destaque, essa matéria: instituir o
Sistema Municipal de Inclusão Digital, que visa a criar as condições, criar as
bases legais e estabelecer as garantias para que isso possa ser um programa
perene, sólido e que preveja e regre todas as relações. Que possa receber
destinação orçamentária e assim avançar na direção que a Cidade precisa, na
direção que o Estado e o País precisam, que é uma mão-de-obra e uma sociedade
cada vez mais preparada e mais culta. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Excelência.
Apregoamos a Licença para Tratamento de Saúde,
acompanhada de atestado, do nosso ilustre Ver. Paulo Odone.
O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente,
Dr. Goulart; prezados colegas Vereadores e Vereadoras; público das galerias que
participa dos debates, quero fazer, aqui, um comentário do Projeto, de autoria
do meu colega Ver. Carlos Atílio Todeschini, que propõe que seja instituído, em Porto Alegre, o Sistema Municipal de
Inclusão Digital e também o Conselho Municipal de Inclusão Digital, que seria o
órgão responsável pela definição das diretrizes gerais de política de inclusão
digital no Município de Porto Alegre e dá outras providências.
Senhores
e senhoras, a importância desse Projeto é para que não aconteça o que está
acontecendo neste momento, Ver. Todeschini, em Porto Alegre, com a inclusão
digital, que entendemos, todos nós, ser uma ferramenta nobre que deve ser
utilizada em todas as comunidades de Porto Alegre para dar a oportunidade para
que a juventude possa não só ter uma ocupação saudável, mas que também consiga
se conectar com a rede digital do mundo. O que vem acontecendo neste momento?
Há um ano e oito meses, quando Administração Popular entregou a Prefeitura para
a atual gestão do Governo Fogaça, existiam 32 telecentros funcionando em Porto
Alegre. Qual é a notícia de hoje, quais são as manchetes de hoje: “Dinheiro da
Prefeitura Municipal não chega aos telecentros”. A segunda notícia: “Falta
dinheiro em telecentros da Capital”. Isso que está acontecendo na política
municipal é um desrespeito a uma política que é de inclusão social. O
Secretário Kevin Krieger, no início do ano passado, quando questionado nesta
Casa, disse que tinha fechado no início do ano um conjunto de telecentros,
porque estavam irregulares. Hoje, temos fechado o telecentro da Vila Farrapos,
há três meses; o da Asa Branca, há três meses; o da Chico Mendes, há três
meses; o do Timbaúva, há três meses; o do Campo da Tuca, há três meses; o do
Leonardo Murialdo, há três meses; o da Maria da Conceição, há quatro meses; o
da Restinga Nova, há quatro meses; o do Belém Velho, há dois meses; o da Ursa
Maior, há seis meses; o do Belém Novo, há três meses; o da Rubem Berta, há três
meses; o da Vila Ingá, há três meses; o do Ilê Mulher, há seis meses; o da
Lupicínio Rodrigues, há três meses; todos os telecentros que estavam
funcionando e trazendo a juventude para que pudesse não só ter uma ocupação
como também ter uma atividade.
Verª
Mônica Leal, V. Exª que foi candidata, defendeu a segurança, o Ver. Krieger,
que é Secretário e é do seu Partido, sabe que o telecentro é uma arma para
retirar os jovens da rua e lhes dar uma atividade. Nós não podemos ter no campo
político um discurso e uma prática totalmente diferente.
Portanto,
Ver. Todeschini, o seu Projeto vem para não deixar que esses desmandos na
política social de Porto Alegre aconteçam. Pois, se nós tivermos este Projeto
instituído, com um Conselho Municipal da Inclusão Digital, com certeza, a
comunidade não iria deixar que esses 16 telecentros estivessem fechados neste
momento e a juventude poderia estar lá recebendo uma qualidade de formação
intelectual. Neste momento, essa juventude está sendo disputada com o tráfico,
e, com certeza absoluta, a delinqüência está ganhando esses jovens,
desviando-os para uma sociedade que não desejamos.
Por
isso, senhores e senhoras, quando discutimos políticas públicas, quando
discutimos Projetos, Ver. Dr. Goulart, nós não podemos aceitar que essas
manchetes dos jornais como a desta semana: “Dinheiro não chega a Telecentro de
Porto Alegre”. Os telecentros estão fechados e a comunidade fica à mercê, fica
sem a atividade nobre, uma atividade que hoje é recomendada em todos os
segmentos do mundo pela UNESCO. E a juventude, pelo Conselho Municipal da
Criança e do Adolescente, já vem denunciando isso em Porto Alegre.
Nós
temos, sim, que associar os Projetos que discutimos aqui com as políticas
municipais. Este Projeto que cria o Sistema Municipal de inclusão Digital e o
Conselho Municipal de Inclusão Digital, vem justamente para dizer um basta a
essa política da Administração Municipal de descaso com a política pública
social. Os telecentros têm que ser abertos imediatamente! E eu já faço aqui um
Requerimento, Sr. Presidente, para que venhamos a convocar o Executivo
Municipal para vir aqui prestar contas do motivo por que os telecentros estão
fechados em Porto Alegre e as crianças e os adolescentes estão à mercê em
nossas comunidades. Não é isso que queremos! Estamos aqui para fiscalizar,
cobrar, aprovar e apoiar os projetos coerentes e corretos. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a política é gostosa
por causa disso: quando o PT estava no Governo, nós subíamos aqui e fazíamos a
mesma coisa que fez o Ver. Todeschini agora: “Olhem aqui este recorte de
jornal! Está abandonado isso, está abandonado aquilo”. E por aí vai a política,
dessa maneira: a oposição está aqui para cobrar e os outros para se defenderem.
Como não sou Governo, eu não estou defendendo ninguém. Eu só estou dizendo que
a política é assim. Quem está na oposição vem aqui com os recortes e como eu
não sou de lado nenhum, eu estou apavorado com a manchete de um jornal - não
sei se é de hoje -, mas encontrei em cima da minha mesa. (Mostra o recorte do
jornal.) “Corag pagou despesas em bordel da Capital”. Mas o que é isso?
Enlouqueceram, agora? Mas o que é? Está aqui: “De acordo com o documento, houve
ressarcimento de despesas, que foram feitas no Bar Drink Top Model Ltda; no La
Barca; no Dado Bier; na Caverna do Ratão; no Trivial Bar Chopp; no Lilliput; no
Bar do Beto e na Churrascaria Garcias”. Mas como, malandro? Aí o Diretor da
Corag informou que devolveu 15 mil reais. Olha, foi uma festança, em meu!? E
falta devolver mais 21 mil, então, 21 com 15 dá 36 mil de arruação, de festa
com o dinheiro público! Olha, aquelas coisas que acontecem lá em Brasília com o
PT e que aconteceram com o PSDB em tempos anteriores em São Paulo e em Minas,
está batendo aqui. Lá é dólar na cueca e aqui é dinheiro no bordel? Mas o que é
isso? Onde vamos parar? Ver. Bosco, tem até na Caverna do Ratão; mas que
mulheres caras essas! Trinta e seis mil! Tem gente com o dinheiro dos impostos
que eu pago.
Mas
eu estou aqui para dizer o seguinte: no começo do ano, eu apresentei um Projeto
para a criação da secretaria do idoso, porque eu entendo que o idoso em Porto
Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul e no Brasil é uma classe que não é
atendida, absolutamente em nada. Aí, por necessidade de acomodar aliados, o
Prefeito de Porto Alegre preferiu estabelecer a Secretaria da Juventude. Tudo
bem! Que se crie a Secretaria da Juventude, mas que, paralelamente, se crie a
Secretaria do Idoso. Mas não consegui. Eu vou, no ano que vem, em janeiro,
entrar na fila e apresentar, de novo, o Projeto pedindo a Secretaria do Idoso.
E espero que não haja, de novo, interesses de acomodação de mais alguém para
criar uma Secretaria da Juventude, daí, quem sabe, vão criar a secretaria da
criança ou do bebê! Numa boa, a vez, agora, é a Secretaria do Idoso! Criam-se
tantas secretarias, que, então, se crie a Secretaria do Idoso! Eu vou tentar
isso, de novo, no ano que vem, bem no começo do ano.
Outra
coisa que eu quero engajar e chamar a atenção é sobre a necessidade do HPS-2,
em Porto Alegre; é para ontem, gente! O Hospital Belém está equipado para
receber e fazer o mesmo trabalho que faz o Pronto Socorro, aqui perto, no Bom
Fim! O Interior e a Grande Porto Alegre despejam problemas aqui em Porto
Alegre, só em um Hospital: o Pronto Socorro! O Hospital Belém está em condições
de ter o HPS-2!
Eu
acho isso muito importante para a cidade de Porto Alegre, para as pessoas que
moram na Zona Sul, distantes, Restinga, Belém, Serraria, Itapuã, e por aí vai.
Esses são os pedidos.
E
estou sabendo, Ver. Nereu D’Avila, que há um político na Cidade, recém-eleito,
que vai montar só para ele um sistema de previsão do tempo. Ele vai ter na casa
dele um sistema moderníssimo de previsão do tempo, para garantir, daqui a
quatro anos, uma nova eleição. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. NEREU D’AVILA:
Ilustre Presidente desta Casa, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, os jornais de hoje dão manchetes acerca de um assunto que nós
debatemos nesta Casa, há muito tempo, e que é do interesse de todos os
brasileiros e brasileiras. Eu me lembro quando a Bancada do PT tinha um grande
Vereador, uma grande figura, que deixou saudade nesta Casa, o Ver. Juarez
Pinheiro, que, conosco, também participava da mesma opinião sobre esse assunto.
Eu falo sobre a CPMF, que foi instituída em 1987, no sentido de inserir uma
contribuição provisória, mas que hoje, como sabemos, absolutamente todos e
todas contribuem com uma importância obrigatória.
Num
primeiro momento, o ex-Ministro Adib Jatene, um ilustre médico de São Paulo,
estabeleceu que essa contribuição provisória destinar-se-ia exclusivamente para
a Saúde. A idéia era genial, só que como sói acontecer - como dizem os
advogados -, neste País, ela não foi totalmente para a Saúde, e, hoje, a Saúde
recebe uma parte, mas não toda a verba.
Mas
eu queria me referir ao pronunciamento do Ministro Bernardo - o que foi
noticiado hoje pelos jornais - que disse querer a perpetuação da CPMF. Ou seja,
que o imposto, que hoje é provisório, seja transformado em definitivo - algo
que também costuma acontecer neste País, ou seja, a criação de mais um imposto,
o que acaba por onerar ainda mais o povo. Esse imposto tinha um objetivo
altamente elogiável, pois era para ser direcionado para a área da Saúde. Se ele
fosse direcionado totalmente para a Saúde, nós ainda poderíamos tolerar a idéia
de perpetuá-lo, mas como ele não irá totalmente para a Saúde, é um absurdo o
que o Ministro está propondo.
A
CPMF já foi prorrogada diversas vezes - inclusive, numa das vezes, para
diminuir o seu percentual até extinguir-se. Pois bem, hoje, está claro nos
jornais que o Governo não quer a extinção da CPMF; pelo contrário, quer
transformar aquilo que é provisório em definitivo, e, ainda, sob a perspectiva
de aumentar o seu percentual. Isso é um assunto que interessa a todos. E até,
como eu dizia, juntamente com o Ver. Juarez Pinheiro, nós nos propúnhamos a
fazer, nesta Casa, numa determinada época, uma grande cruzada. E, nesta
cruzada, a proposta era de que a contribuição fosse toda para a Saúde, ou que a
parte atinente à prorrogação, que está prevista em lei, fosse cumprida, qual
seja, diminuir a incidência do percentual até que ela fosse extinta, porque ela
é ainda uma contribuição provisória.
Pois
bem, diante disso, nós lamentamos. E como esse assunto é reincidente, nós não
concordamos que se tirasse da Saúde toda a expressividade da verba, que são
bilhões de reais anuais, mas se não houver uma reação da sociedade, se não
houver um óbice, um basta nisso, no sentido de que seja para a Saúde, aí, sim,
ela teria um reforço orçamentário e saberíamos que esse reforço seria para todos
aqueles que se predispõem a ficar dias e noites sem dormir nas filas do SUS
para verem, às vezes, ser transferida a sua operação, a sua cirurgia para outro
mês, e acabam até perdendo a vida.
Então,
se for para a Saúde, eu acho que o povo brasileiro vai concordar com mais essa
contribuição, que não é contribuição, é um imposto, e que, lamentavelmente,
acabará sendo efetivado como imposto. Se for para a Saúde, ainda poderíamos ver
a possibilidade da continuidade, mas se não for para a Saúde, acho que tem de
ter aquilo que a lei prescreve, que a lei prevê, que é a gradual diminuição do
seu percentual, e afinal, a sua extinção.
De
qualquer modo, aqui fica a não-omissão por coisas que se lê no jornal, e que se
dão assim: se o Ministro disse, então, faça-se; está decretado. Não! Ainda há
brasileiros e brasileiras que estão observando, que estão percebendo que há uma
enganação. Aquilo que foi criado exclusivamente para a Saúde, não está
cumprindo com o seu objetivo, e quer, sim, ainda se perpetuar como imposto
definitivo. Obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Apregôo
a Emenda nº 02 ao PLE nº 021/06, de autoria do Ver. Luiz Braz e outros. (Lê.):
“Institui a Gratificação de Resultado Fazendário e de Programação Orçamentária
- GRFPO, no âmbito da Secretaria Municipal da Fazenda, do Gabinete de
Programação Orçamentária e do Centro de Direitos e Registro da Secretaria
Municipal de Administração, altera disposições da Lei nº 6.309/88 e da Lei nº
7.690/95 e dá outras providências”.
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje é um dia em que
eu estou satisfeito. Li nos jornais que a SMT/EPTC vai retirar os ônibus da
área central. Há muito tempo eu venho falando que é possível retirar os ônibus
da área central sem prejudicar os usuários; muito ao contrário, até facilitando
a vida deles para se movimentarem nessa área. Claro que eu sou mais modesto e
não usei a palavra portal. A SMT pretende implantar três portais para acesso à
área central. Eu achava que teria que ser um terminal, seria muito mais
modesto, mas, de qualquer forma, eu entendia e entendo que poderia ser feito
agora, sem esperar pela bilhetagem eletrônica, apenas fazendo os ônibus
retornarem de um determinado ponto, e a área central ser atendida por
microônibus, colocados proporcionalmente pelo número de empresas que atuam em
relação ao número de ônibus que deixam de chegar ao Centro da Cidade. A tarifa
seria a mesma. Qual a vantagem sobre esse processo que pretende a SMT? Qualquer
cidadão na área central se movimentaria independentemente da bilhetagem
eletrônica, porque seria gratuito. Gratuito em termos, porque seria pago pela
população que usaria até um determinado ponto com a mesma tarifa e, depois,
embarcaria num ônibus, mas também teria benefícios: alguém que desce na
Rodoviária e quer vir à Câmara Municipal não tem como fazer. Se nós
estabelecermos um sistema de microônibus gratuito, nós fazemos isso com
tranqüilidade e retiramos da área central todos os ônibus que aí estão. Na
realidade, já no tempo em que fui Secretário de Transportes, se sabia que
apenas 30% dos usuários do transporte coletivo em ônibus chega ao Centro da
Cidade. Então, não tem por que não fazer. Essa foi uma satisfação, porque, de
repente eu vi que não estava errado. Os doutos já estão estudando a mesma coisa
que eu, aqui, com simplicidade falo.
A
outra coisa que eu ainda espero ouvir - e esta já me deu uma tristeza, quando
eu sugeri, várias vezes da tribuna da Câmara - é que as faixas de segurança da
Cidade utilizem blocos de cimento pretos e brancos. Para tristeza minha, ouvi
um personagem da EPTC dizer: “Mas como fazer blocos pretos e brancos”? Eu,
engenheiro, não diria tal coisa se não soubesse que era possível fazer e, na
realidade, quando eu saí da Secretaria Municipal de Transportes, em 1978, e fui
para a Secretaria Municipal de Obras e Viação; eu sabia da dificuldade da SMT
de fazer a pintura das faixas de segurança. Sempre foi um problema sério,
principalmente no início do ano, quando os escolares começam a se movimentar. E
é um trabalho caro, que não surte os efeitos desejados. Então, eu mandei fazer
na frente da Secretaria Municipal de Obras e Viação uma faixa de segurança.
Hoje tem uma faixa de segurança lá, pintada, mas eu mandei fazer em blocos de
concreto pretos e brancos. Porém, como engenheiro, eu não podia dizer: “Bom,
agora faça-se na Cidade!”. Eu tinha que testar, e a maneira de testar era
deixar passar um, dois, três, quatro, cinco anos para ver o que ocorreria, a
não ser que eu fizesse testes de laboratório, o que a Prefeitura não tem!
Então, deixei a faixa de segurança lá para ser verificada a sua validade. E
como hipótese, se eu quiser mudar a faixa de segurança, eu retiro os blocos e
os coloco em outro lugar, não tem nenhum problema. Por dez anos a faixa ficou
lá. Eu já não estava mais na Prefeitura, não podia fazer mais nada. Ela foi
asfaltada; asfaltaram e pintaram em cima dela, no mesmo lugar da faixa de
segurança.
Eu
acho que ainda, um dia desses, a Secretaria Municipal de Transportes vai
entender que é muito mais barato, que é muito mais econômico, que é muito mais
eficiente, muito mais durável a faixa de segurança com blocos de concreto
pretos e brancos. E aqui no Rio Grande do Sul existe quem produza os blocos.
Eles duram 20, 30, 40 anos. Lá na Rua Sepé Tiaraju, com os mesmos blocos, só na
cor do cimento normal, foi feita a pavimentação em 1978; portanto há 28 anos, e
está íntegra a pavimentação daquela rua.
Eu
não vejo por que amanhã ou depois eu não venha a ler nos jornais que os
integrantes da Secretaria Municipal dos Transportes, da EPTC, resolveram aderir
à idéia de fazer faixas de segurança com blocos de cimento pretos e brancos. E
aí nós gastaremos menos dinheiro e teremos muito mais eficiência para o
controle de tráfego nas nossas ruas, para o controle de acidentes que
acontecem, porque as faixas estão apagadas, porque não se enxerga direito no
escuro - não está mais lá nenhum resquício, às vezes, em trechos. Pode ser que
um dia eu tenha a satisfação de ouvir que a Secretaria Municipal de Transportes
vai fazer faixa de segurança em blocos preto e branco. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, nós, muitas vezes, acordamos de bom ou de mau
humor, e, às vezes, esse humor matinal é gerado pelas notícias. Em menos de uma
semana nós tivemos a queda de um avião - um Boeing - com 154 pessoas mortas,
sendo um dos maiores acidentes da história da aviação brasileira. Dias depois,
tivemos a notícia da insanidade de um ditador da Coréia do Norte, fazendo uma
experiência atômica, e eu não ouvi uma palavra dos comunistas, dos petistas,
dos chamados Partidos radicais de esquerda nesta Casa. Não se ouviu aqui uma
palavra contra essa experiência atômica.
Nós, que somos da Comissão
de Saúde e Meio Ambiente, sabemos desta devastação imensa, insuportável, não
pela ocorrência sozinha, isolada, mas por um contexto em que não se tem nem a
prevenção por parte não mais do Governo, não, mas por parte de uma sociedade
que é obrigada a conservar o meio ambiente de uma forma tal que nós deixemos
para nossos jovens, para nossos filhos, para nossos netos, um dia, o direito de
terem água potável, água balneável, água que possa ser um panorama agradável
para os nossos olhos, quando, na verdade, estamos num processo mundial de
destruição da Amazônia e desta experiência atômica que já provocou duas grandes
catástrofes naturais, conseqüências de uma catástrofe artificial na fronteira
da Coréia do Norte.
Pois
acho que nós chegamos num momento em que ou a sociedade como um todo deve se
sentir responsável por esta loucura, por este absurdo destruidor de áreas tão
nobres, como a floresta asiática, tão rica, sede de uma experiência atômica que
já não se faz mais e não se compreende, porque já sabemos as conseqüências de
qualquer processo atômico. Somos contra Angra III exatamente por isto: porque é
energia atômica, e o homem não a domina. Dominar uma energia é buscá-la na
fonte e devolvê-la posteriormente, e isso nós não fazemos com a energia atômica.
O mundo todo ficou assustado, horrorizado, e é esta a mensagem que nós passamos
para os nossos jovens: que vão ter um mundo em que, ao toque de um botão,
provavelmente se transformará na ficção do The Day After, em que, em
poucos segundos, nós podemos destruir a humanidade inteira.
É
isto, Sr. Presidente, que é inconfessável, e nos assustamos com a tragédia que
mora ao nosso lado. Muitas vezes, nós nos incorporamos às tragédias, e os
nossos seres mais queridos morrem, os nossos animais, como aquelas toneladas de
peixes, que representam vida, porque, em vez de celebrarmos a vida, nós estamos
matando o nosso meio ambiente. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
O Ver. Raul Carrion solicita Licença para Tratamento de Saúde.
(Obs.:
Foi apregoado Requerimento de licença do Ver. Raul Carrion e dada a posse ao
Suplente, conforme consta da Ata.)
O
Ver. Sebastião Melo solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares.
(Obs.:
Foi aprovado Requerimento de licença do Ver. Sebastião Melo e dada a posse ao
Suplente, conforme consta da Ata.)
O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente, Dr. Goulart; colegas Vereadores, Vereadoras, quero aqui, em nome da
nossa Liderança, da Líder Verª Sofia Cavedon e dos colegas Vereadores e
Vereadoras do Partido dos Trabalhadores, fazer uma análise, sim, das questões
conjunturais que estamos discutindo no Brasil, no mundo e em Porto Alegre; e
poderíamos nos referir às notícias dos jornais de hoje. Vou-me deter aqui em
duas ou três notícias dos jornais de hoje, até para fazer um contraponto
político neste momento: na primeira delas está estampado hoje que a Polícia
Federal prendeu e desmantelou mais uma quadrilha, que é a quadrilha da operação
Bola de Fogo, relacionada à questão da ilegalidade dos cigarros (Mostra
fotografia.). E aí quero fazer uma referência de que, com essa atuação, em
2006, já são 109 operações desmanteladas pela Polícia Federal sob o comando do
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Na cadeia já estão mais de
2.700 altos funcionários de todos os escalões... Portanto, é apurar fato por
fato, Ver. Bosco. Não é à toa que a avaliação que saiu hoje do Governo Lula nos
dá 82% entre regular, ótimo e bom, e 82% entre ótimo e bom. Nesse sentido, eu
quero aqui salientar sob o ponto de vista da imprensa gaúcha, e quero falar
aqui ao PSDB que me antecedeu, ao médico Ver. Sebenelo, que é um médico, mas
que nunca veio aqui a esta tribuna para denunciar a máfia dos “sanguessugas”;
“sanguessugas” estes cujas 65% das operações ilegais são feitas com Prefeituras
do PSDB!
Mais do que isso; a
manchete que traz hoje - e quero parabenizar aqui o único jornal do Rio Grande
do Sul que estampou esta notícia - o jornal O Sul. E aí, Ver. Sebenelo, nós
falamos da Coréia, sim, condenamos a Coréia; e hoje vou falar da Coréia e da
Corag - duas bombas que estouram, uma lá no Pacífico e outra aqui em Porto
Alegre (Lê.): “Corag pagou despesa em bordel da Capital”; repito: “Corag pagou
despesa em bordel da Capital”.
E o PMDB, que veio aqui
antes dizer que condena isso, tem que dizer que quem comandou essa imoralidade
foi o Sr. Ilton Feller, que foi candidato a Deputado pelo PMDB, ex-Presidente
da Corag; tem que vir aqui dizer isso. Como também tem de dizer que o Sr.
Guerra, ex-Presidente do PSDB de Caxias do Sul, era quem assinava as notas.
Notas essas que a CAGE aponta que muitas foram emitidas em horários noturnos,
em finais de semana, sem justificativa expressa. Os funcionários da Corag
estavam fazendo um conjunto de impressões na noite, mas não lá na empresa!
Empresa essa que, neste momento, tem a sua privatização defendida por muitos
políticos gaúchos. Defendem a sua privatização, porque não têm a
responsabilidade de assumir os desmandos do Governo que aí está, que comandou o
Rio Grande do Sul; e também as Lideranças do PSDB e do PMDB são responsáveis
por isso que está acontecendo.
E se nós falarmos sobre o
desmando do PSDB, Ver. Sebenelo, tenho também que dizer que os Sr. Mauro
Sparta, que coordenou a Fepam no Rio Grande do Sul é responsável, sim, pelos
crimes ambientais que estão ocorrendo, pelo desmonte que está sendo feito na
fiscalização daquela empresa pública. Temos de dizer isso, porque que não há
responsabilidade com os projetos sociais e com as empresas públicas:
desmontam-nas para, depois, privatizá-las.
E
é esse o seu projeto, o projeto do PSDB, é esse o projeto com a Corag, é esse o
projeto com a Fepam, é esse o projeto com as empresas públicas do Estado do Rio
Grande do Sul. A diferença que temos, em nome do meu Partido, o Partido dos
Trabalhadores, é assumir, sim, todas as irresponsabilidades que são feitas em
vir aqui discutir programas e projetos. O nosso projeto é diferente, não é um
projeto de desmonte e de privatizações. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A
querida Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhores e senhoras
que estão aqui nos assistindo, acompanhando os trabalhos da Câmara nesta tarde,
senhores e senhoras da imprensa, é a primeira vez que me manifesto como Líder,
após o período eleitoral. Gostaria de dizer que, orgulhosamente, o PSB, sem ter
feito nenhuma coligação, conseguiu ultrapassar a sua cláusula de barreira,
chegando a 6,5% nacionalmente, ultrapassando o grau necessário para que nós
continuássemos existindo como Partido. Nós tivemos um crescimento com mais um
Senador, chegando a três Senadores, e aumentamos mais 27 Deputados Federais. E
digo isso com tranqüilidade, com o orgulho de um Partido que teve, sim,
problemas em nível nacional, mas os nossos Deputados Federais, mesmo sendo na
sua casa, votaram sempre favoravelmente à cassação. Não importa onde estejam os
“sanguessugas”, mas os homens e mulheres de bem que assumem o Legislativo têm
de subir à tribuna e “cortar a carne”, cortar fundo; porque só se pula de um
lugar quando os “gatos” são muito grandes. E nós temos de assumir a nossa
postura ética e seguir a vida na luta pela honestidade e pelos princípios
enquanto mulheres e homens públicos.
E,
em relação a isso, Verª Neuza Canabarro, eu acho que, em nível mundial, o Bush,
neste momento, poderia dar o exemplo: antes de ele se preocupar com a bomba da
Coréia da Norte, deveria preocupar-se em desativar as suas bombas!
E,
infelizmente, nós, aqui no Brasil, também temos bombas que se aliam a mesma
política. E nós sentimos que, infelizmente, apesar de nós sabermos - e vamos
lutar para que o Lula ganhe com larga votação, porque ele é que apresenta o
melhor projeto em nível Nacional -, ainda há pessoas que se inspiram em apoiar
aquilo que de pior nós já tivemos no nosso Estado e no nosso País. Por isso...
(Aparte
anti-regimental da Verª Clênia Maranhão.)
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Se
tiver que tirar do ar, não tem problema nenhum, Verª Clênia Maranhão. Eu não
sei por que a senhora está-se exaltando tanto, é um pronunciamento de uma
Vereadora e se tiver algum problema legal, que o Presidente me pare. Eu não vou
aceitar um aparte, eu vou aceitar a crítica.
Pois
não Sr. Presidente... Se existe alguma irregularidade eu quero ouvir do senhor.
Muito obrigada, Presidente. O Sr. Presidente disse que eu posso continuar a
minha fala. Então, não vou aceitar aparte. E, Verª Clênia, até porque nós
estaremos votando Projetos juntos daqui a pouco, vamos tranqüilizar; eu não
estou falando nada da senhora.
Continuando
a minha fala, eu gostaria de dizer que o Vereador que nos antecedeu aqui teve a
coragem de falar da barbaridade que aconteceu na Corag. E não é só lá na Corag
que isso acontece.
Nós
disponibilizamos 150 mil numa Emenda Parlamentar do Deputado Federal Beto
Albuquerque para a reconstrução do Hospital Parque Belém, para equipamentos e
para sua fachada. Se cada Deputado Federal daqui, com a base em Porto Alegre,
colocasse uma Emenda de cem mil reais, nós já teríamos, aqui em Porto Alegre, o
nosso Pronto Socorro da Zona Sul; mas, infelizmente, não é assim que funciona.
Então, nós temos que nos juntar, as bases todas que têm Deputados Federais,
para que partam desse pressuposto e consigam efetivar isso.
Enquanto
Líder da Bancada do PSB, é um momento, de fato, de muitas felicidades que nós
vivemos. E aqueles da base aliada em geral deveriam pensar naquilo que foi
feito das eleições aqui em Porto Alegre, após um primeiro turno, pois nós temos
que, novamente, sentar e conversar, porque cada votinho, por menor que seja, é
importante. Portanto, a ironia e o sorrisinho demagógico de alguns, pode bater
profundamente no resultado eleitoral do segundo turno. De minha parte, não sou
uma pessoa vingativa; sou uma mulher socialista e de esquerda e sei em quem vou
votar; sempre fui de esquerda. O resultado eleitoral não é culpa dos aliados,
mas culpa, muitas vezes, da própria Casa.
Portanto,
temos que, neste momento, estar unidos e trazemos uma reflexão se, de fato, a
gente perde a postura do orgulho ou se alia verdadeiramente. Há muitos Projetos
pela frente na vida e não é uma eleição que acaba com isso. Portanto, viva o
socialismo! E viva o Lula Presidente da República! Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr.Goulart): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, depois de um longo tempo, voltamos hoje, num ambiente acalorado,
com a presença dos munícipes de Porto Alegre, ouvindo discursos inflamados de
colegas a respeito de fatos notórios da nossa política nacional e local.
Política
local, e tão local, que fiquei surpreso ao ver esta Casa patrulhada por uma
quota do jornal de hoje, o que acho que não cabe, até porque, senão teríamos
também que encher a mesa dos senhores com notícias, não só com esta, que é
abominável. Este servidor, Sr. Presidente, foi pego, foi cobrado e exonerado, e
deverá, a meu juízo, responder na Justiça.
Mas
esse mesmo jornal, que traz essa notícia hoje, meus senhores, traz também os
gastos sigilosos de uma instituição brasileira, que lida com milhões e milhões
dos nossos impostos.
E
vejam os senhores, três milhões e seiscentos mil gastos pela Presidência da
República - gastos escondidos. Porque aqueles gastos, que são colocados para
que possamos ver, são gastos que dizem o seguinte: 608 mil reais, em um ano e
meio, com bebidas e alimentos refinados - sem prestar conta, sem fazer
concorrência, fazendo festa com o dinheiro do povo.
Temos
de vir aqui e denunciar, e denunciar tudo.
Os
crimes ambientais da Coréia do Norte são imensuráveis a qualquer comentário,
eis que se defende políticas ambientais, mas também políticas sérias e certas;
como temos de defender a nossa Amazônia, que está sendo destruída pelo
Presidente Lula, não sendo rigoroso na proibição das suas queimadas e
contrabando da sua madeira. Por ano o desmatamento que ocorre na nossa Amazônia
é do tamanho de um Estado, e a Amazônia é um pulmão, é o último verde deste
globo, da nossa Terra. Então, não venham aqui “querer ensinar o padre a rezar
missa”! Vamos olhar para dentro de nós mesmos e ver esses erros clamorosos que
estamos presenciando na administração pública federal, graças a Deus, nos seus
estertores.
Quero,
também, meus senhores, aproveitar essa primeira interferência para agradecer,
do fundo do meu coração, aos 12.601 amigos votantes, voto convicto, sem troca
de favores, voto como tem que ser a política. A esses meus eleitores quero
deixar o meu agradecimento, e deixar aqui, também, reconhecido que haveremos de
continuar nesta batalha, nesta trincheira da moralização política, da busca da
ética e da moral para este País, e para que possamos legar aos nossos filhos um
País correto, e dizer para eles: “Não faça isso, que é errado; não faça aquilo,
que é errado; e faça isso que é certo; estude, trabalhe meu filho”. Mas não o
que está acontecendo hoje: os filhos, amigos do rei, enriquecendo do dia para a
noite, e aquele que trabalha, parece que tem que ser escravizado por essa
política neo-socialista desastrosa do PT e do Governo Lula. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. CASSIÁ CARPES: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores
que se fazem presentes aqui na Casa do Povo de Porto Alegre, eu quero comentar
dois aspectos: um, em nível municipal, e outro, em nível estadual e federal. Na
semana passada, o Ver. Todeschini escreveu uma matéria no Jornal Zero Hora,
criticando o Governo Municipal por ter retirado aquelas pessoas debaixo da
ponte, Verª Clênia Maranhão. Ora! Mas não é o próprio PT que critica, muitas
vezes, por essas pessoas estarem nas ruas? Debaixo de pontes, conturbando a
Cidade? Quer dizer que direitos humanos, Ver. Sebenelo, é deixar as pessoas
debaixo das pontes, passando frio, fome, e dificuldade? Isso é direitos
humanos? Olha, desde que eu me conheço por gente, isso não é direito humano.
Direito humano é dar um comportamento adequado. Para isso existem as entidades
de Porto Alegre que amparam essas pessoas. Pelo amor de Deus! Eu chego ao cúmulo
de entender que para o PT o bom é trazer dificuldades, para depois pedir votos,
porque quando se cria essa dificuldade para o ser humano, deixando-o na rua,
atirado, debaixo de ponte, se drogando, não se alimentando; criança nas
esquinas pedindo esmola, ao invés de estar na escola ou junto com a sua
família, aí eu pergunto aos senhores: isso é direito humano? Isso é terrorismo
contra essas pessoas.
Falando
em terrorismo, vejam a página 17, do jornal Zero Hora. (Lê): “MST e aliados
entram em campo para socorrer o PT”. Pelo amor de Deus, a nossa Capital não
quer mais ver isso! Não quer mais ver guerra, não quer mais ver invasão do MST!
O Interior, quando falam nessa sigla, Ver. João Bosco, treme nas bases. O que
fizeram na Aracruz foi terrorismo. E é muita coincidência: quem assumiu a
campanha do PT, em Porto Alegre e na União, foi o derrotado Rossetto. O mesmo,
Ver. Sebenelo, que apoiou aquela invasão, aquele quebra-quebra na Aracruz. Será
que nós vamos ver, de novo, esse terrorismo na Capital? Não, a população não
quer mais terrorismo. Por isso não quer mais esse Governo que passou; não quer
mais o PT. Correu da Capital, correu do Estado e não vai deixar voltar, porque
o campo quer paz, a Cidade quer paz e nós estamos aí numa seqüência de
mentiras, de terrorismos assustando o funcionário público estadual de que será
privatizado isso e aquilo. A população de Porto Alegre, a nossa Capital, o
nosso Interior não aceita mais esse terrorismo. Nós queremos paz na cidade, paz
no campo, paz no Interior.
(Manifestações
nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Vereador
Cassiá, um momento. Por gentileza, minha querida platéia, aceitamos
manifestações no final, mas agora está garantida a palavra e o raciocínio do
nobre Vereador; ao final, manifestem a sua intenção.
O
SR. CASSIÁ CARPES: Agradeço,
Presidente, porque esta tribuna aqui e este microfone é democrático, tem que
ouvir todas as questões, e a questão que eu trago a esta Casa é séria, porque
em seguida haverá uma invasão em Porto Alegre por aqueles que já cometeram atos
gravíssimos na nossa Capital, por aqueles que já cometeram atos gravíssimos no
Interior do Estado. Estão assustados com o quê? O voto é secreto, soberano, há
uma democracia que ainda está caminhando firme e forte para o futuro, e não
para o passado, Ver. Nereu D’Avila. O povo não quer mais aquele passado de
luta, de guerra, de terrorismo; quer olhar para frente, para o futuro, não com
essa gente que andava lá atrás fazendo terrorismo e quer trazer de volta o
terrorismo para a Capital. É dessa forma que o povo quer, maciçamente, e tem
todo o direito de ser democrático, de colocar seu voto sem pressão. Estão
mentindo de casa em casa e o povo de Porto Alegre e do Estado não aceita mais
mentiras daqueles que tiveram oportunidade e quebraram o Estado com dívidas
monstruosas.
Termino
este discurso agradecendo, e dizendo que esta democracia de podermos aqui neste
microfone externar todas as opiniões, e a minha opinião, a opinião das urnas,
que será secreta, universal, do povo, dia 29 dirá: “Vamos olhar para o futuro e
não mais para trás”. Obrigado, Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Apregoamos
a Emenda nº 03 ao PLE nº 021/06, que institui a Gratificação de Resultado
Fazendário no âmbito da Secretaria Municipal da Fazenda, alterando a disposição
da Lei nº 6.309/88 e da Lei nº 7.690/95. Esta Emenda foi apresentada pelas
Bancadas da Frente Popular, por vários Vereadores: do PSB; PT e PCdoB.
Não
havendo mais inscritos em Liderança, solicito a abertura do painel eletrônico
para a verificação de quórum.
Havendo
quórum, passamos à
Suspendemos
os trabalhos por um minuto para que eu possa falar com a Líder do Governo e a
Líder do PT.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h50min.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart – às 16h53min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão.
Em
votação a inversão da ordem dos trabalhos, para que possamos conduzi-los da
forma como acordaram as Lideranças. Primeiramente, apreciaremos a viagem do Sr.
Prefeito e, em seguida, o PLE nº 021/06, após o PLE 004/06, PR nº 155/05, PR nº
130/05, PELO nº 001/06, PR nº 132/05, PLL nº 192/05, PLL nº 104/03, PLL nº
179/05, PR nº 111/05, PLE nº 014/06, PLL nº 080/06, Requerimento s/nº (Verª
Clênia Maranhão), PR nº 125/05, PLL nº 032/05 e PLCL nº 020/05. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA,
com voto contrário do Ver. João Antonio Dib.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
PROC. Nº 4899/06 – PROJETO DE DECRETO
LEGISLATIVO Nº 008/06, que
autoriza o Prefeito Municipal de Porto Alegre a ausentar-se do Município e do
País de 22 de outubro a 25 de outubro de 2006, para viajar a Londres,
Inglaterra.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro; pela aprovação
do Projeto.
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Goulart): Em discussão o
PDL nº 008/06, que autoriza o Prefeito Municipal de Porto Alegre a ausentar-se
do Município e do País, para viajar a Londres, Inglaterra, no período de 22 de
outubro a 25 de outubro de 2006. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em
votação. (Pausa.)
O
SR. ADELI SELL (Questão de Ordem): Eu
gostaria que fosse lido o Requerimento e a agenda do nosso Prefeito no
exterior.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O
Requerimento é feito pelo Prefeito em exercício, Eliseu Santos (Lê.): “Sr.
Presidente: Ao cumprimentá-lo, cordialmente, comunico a V. Exª e aos demais
Edis, conforme prevê a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, que o
Prefeito José Fogaça ausentar-se-á do Município e do País, das 19h30min do dia
22/10/06 até às 12h do dia 25/10/06. Na ocasião, proferirá palestra a convite
da The London School of Economics and Political Science, aqui apensado, em
Londres, sobre o tema Governança Local Participativa. A referida viagem será
com ônus para o Município, relativos aos custos de uma passagem aérea para o
trecho Porto Alegre/São Paulo/Londres/São Paulo/Porto Alegre, bem como a
concessão de duas diárias.
Registro, por oportuno,
que a vacância será preenchida pelo signatário, no Exercício. Atenciosamente,
Eliseu Santos”.
A
SRA. SOFIA CAVEDON (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu gostaria de um esclarecimento sobre essa
passagem aérea, se é para o Prefeito ou para o acompanhante, uma vez que o
Prefeito é convidado a dar uma palestra. Quando se é convidado, normalmente,
quem convida, financia a viagem. Poderia a Líder do Governo nos explicar?
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Este
documento não especifica para quem é.
A
Verª Clênia Maranhão está com a palavra para encaminhar a votação do PDL nº
008/06.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu pediria paciência e
uma atenção muito especial das senhoras e dos senhores Vereadores desta Casa,
e, seguramente, também acompanharão as pessoas que nos honram com a sua
presença, porque nós, pela Legislação, devemos autorizar o afastamento do Chefe
do Executivo quando ele faz representação internacional. Isto é uma necessidade
legal, por isso a autorização veio para a Câmara, inclusive, porque é uma das
responsabilidades do Legislativo, no caso brasileiro, de acompanhar os atos do
Executivo. O que nós votaremos, dentro de alguns instantes, é a autorização
para uma viagem do Prefeito José Fogaça, que recebeu um convite da London
Scholl - todos nós sabemos que é uma das mais conceituadas instituições
acadêmicas, hoje, no mundo -, para proferir uma palestra. Inclusive, no próprio
Requerimento do Processo, está explicitado que há uma mobilização, inclusive
apoiada pela própria diplomacia brasileira, para que a Europa possa tomar
conhecimento, mais uma vez, dos procedimentos que são implantados pela Prefeitura
de Porto Alegre na área da gestão e da participação democrática da nossa
Cidade.
Como
o Prefeito José Fogaça estava fora do Brasil, o pedido foi assinado pelo
Vice-Prefeito, e isso ficou muito claro. Mas, se não há clareza, nós faremos
questão de esclarecer ainda mais, porque, para nós, a transparência dos atos
públicos é uma questão de princípio.
A
referida viagem será com ônus para o Município de Porto Alegre; não será com
ônus de quem o convida, porque se trata, inclusive, de um convite de uma
universidade - não é o Governo da Inglaterra, nem a Prefeitura de Londres quem
o está convidando.
O
que está escrito no texto é o seguinte: o Prefeito pegará um avião no Brasil,
em Porto Alegre, vai até São Paulo, de São Paulo para Londres, fica dois dias
em Londres trabalhando, retorna, pega um avião em Londres para São Paulo, e de
São Paulo para Porto Alegre. Ele estará em representação oficial,
institucional. O pedido diz o seguinte (Lê.): “A referida viagem será com ônus
para o Município, relativos aos custos de uma passagem aérea para um trecho
Porto Alegre/São Paulo/Londres/São Paulo/Porto Alegre, com a concessão de duas
diárias.” É exatamente isso que nós autorizaremos, ou não, neste momento, e
este Plenário é soberano para isso.
Por
último, eu só queria reafirmar que o texto do convite é também muito claro,
quando convida o Prefeito para falar da experiência, que é inclusive
reconhecida em nível internacional, conseqüência da história da nossa Cidade,
que é a questão da democracia participativa, e os novos passos que a nossa
Cidade tem dado na construção da radicalidade democrática incorporando os
termos, os conceitos, da modernidade de quem trabalha com a questão
democrática, que é a questão da Governança Local. Então, eu agradeço à Verª
Sofia por ter nos instigado a vir clarificar, o mais que for possível, esta
iniciativa, porque isso dá também uma maior visibilidade ao crescimento e ao
reconhecimento internacional que Porto Alegre tem, recuperado a sua história, e
avançando no processo de radicalização democrática.
(Não
revisado pela oradora.)
(Vaias.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Por
gentileza, por gentileza. (Lê.): “Art. 141 do Regimento: As Sessões Ordinárias
e Extraordinárias serão abertas com a presença de, no mínimo, um terço dos
membros da Câmara. Art. 142 do Regimento: Durante as Sessões: Parágrafo único.
É permitido a qualquer pessoa assistir às Sessões da Câmara, sendo vedadas
atitudes que atentem contra a honra e a dignidade do Poder Legislativo, da Mesa
condutora dos trabalhos ou de qualquer Vereador”.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Em
discussão o PLE nº 021/06. (Pausa.)
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Presidente,
eu não ouvi V. Exª proclamar o resultado da votação da licença do Prefeito.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
Perdão. Então interromperemos, neste momento, a apreciação do PLE nº 021/06,
com a justíssima intervenção do meu mestre, João Dib, pois nem sequer coloquei
em votação, Excelência. Coloco agora.
Em
votação o PDL nº 008/06. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Agora,
sim, Vereador. Obrigado. Aprovada a viagem do Sr. Prefeito. Não foi ato falho,
Excelência; foi esquecimento.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
N. 3606/06 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 021/06, que institui a
Gratificação de Resultado Fazendário (GRF) no âmbito da Secretaria Municipal da
Fazenda, altera disposições da Lei n. 6.309/88 e da Lei n. 7.690/95 e dá outras
providências. Com Emenda nº 01. Com Mensagem
Retificativa.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Paulo Odone: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto, da Emenda nº 01 e da Mensagem Retificativa.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, III, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia por força do
art. 81 da LOM, em 18-09-06.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Em
discussão o PLE nº 021/06. (Pausa.) O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra
para discutir o PLE nº 021/06.
O
SR. NEREU D’AVILA: Sr.
Presidente, Dr. Goulart; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras
e senhores que nos honram com as suas presenças nesta tarde, aqui na Câmara, eu
quero liminarmente dizer, com toda a convicção, que este Projeto é um projeto
em benefício da cidade de Porto Alegre, de maior arrecadação, de incremento na
Receita do Município. Começo dizendo que - advogado que sou - justiça é ou,
pelo menos, lato sensu a definição de justiça é: tratar desigualmente os
desiguais e igualmente os iguais - logo compreenderão por que me refiro a isso.
Em seguida quero dizer que estamos discutindo a instituição da Gratificação de
Resultado Fazendário e de Programação Orçamentária na Prefeitura de Porto Alegre.
Desde
logo, invoco a Constituição Federal, que diz, no seu art. 37 (Lê.): “A
Administração pública Direta e Indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade” - e por aí vai - “Inciso XVIII - a administração
fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência
e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da
lei”. E o Inciso XXII diz (Lê.): “As administrações tributárias da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao
funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas,
terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de
forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações
fiscais, na forma da lei ou convênio”. Então, não é privilégio! Vamos deixar
muito claro. É aplicação de dispositivo constitucional que está sendo...
(Manifestações
nas galerias.)
O
SR. NEREU D'AVILA: Sr.
Presidente, por favor.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Acolhida
a sua preocupação. Por gentileza, durante a exposição democrática a que os
trabalhadores do Parlamento se submetem, eu solicitaria a fineza de ouvirmos
com atenção, mesmo para que aqui se coloque o contraditório, necessário para as
comunidades democráticas.
Assegurada
a sua palavra, Vereador.
O
SR. NEREU D'AVILA: Até
porque, abro um parêntese, Sr. Presidente, eu estou defendendo o Projeto com
toda a convicção jurídica e para o bem de Porto Alegre. Outros virão aqui com
outros argumentos que poderão servir a quem, eventualmente, discorde. A
democracia é assim. Agora, só há um detalhe: a todos, eu respeito e ouço com
atenção e exijo o mesmo tratamento.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito
obrigado, é isso mesmo.
O
SR. NEREU D'AVILA: Então,
quero dizer que a instituição dessa gratificação não é novidade, inclusive na
União, do Sr. Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Aqui está: pela Lei nº
10.593, de dezembro de 2002 (Lê.): “Fica instituída a Gratificação de
Desempenho de Atividade Tributária - GDAT, devida aos integrantes da Carreira
de Auditoria da Receita Federal, Carreira de Auditoria-Fiscal da Previdência
Social e Carreira de Auditoria-Fiscal do Trabalho, no percentual de até 50%
(cinqüenta por cento), incidente sobre o vencimento básico do servidor”. Então,
vamos deixar claro: a União também prescreve o que nós, hoje, estamos para
prescrever, para adotar em Porto Alegre. Além da União, o Estado do Rio Grande
do Sul também prescreve a mesma situação. A Lei Complementar nº 12.224, de
janeiro de 2005, cria no seu art. 9 (Lê.): “Em substituição ao Prêmio
Desempenho previsto no artigo anterior, fica criado o Prêmio de Produtividade e
Eficiência - PPE, que será atribuído, mensalmente, aos integrantes das
carreiras previstas nos arts. 1º e 10”.
Primeiro
ponto: é prescrição constitucional; Constituição da República. Segundo ponto: é
adotada essa gratificação, esse estímulo, tanto na União como no Estado do Rio
Grande do Sul. Terceiro: pela instituição do Supersimples, pela redução de
alíquotas do ICMS, que, no fim do ano, cessarão no Estado do Rio Grande do Sul
- o que chamam de “tarifaço” do Governo Rigotto -, vai encerrar-se no fim do
ano. E todos sabem que, do ICMS, há repasse para os Municípios - isso é do
arcabouço constitucional. Então, ao término do ano, cessarão de entrar nos
cofres públicos do Estado cerca de 430 milhões de reais, e, em Porto Alegre,
dez a 12 milhões de reais na arrecadação. Terá a perda do Supersimples.
E
o Fundeb? No debate entre Lula e Alckmin, Alckmin cobrou que o Fundeb ainda
está no papel; mas com o PT, o Governo Lula e o próprio Sr. Tarso Genro - que
inspirou o Fundeb -, ele fatalmente será aprovado. Está no Congresso! E esse
Fundeb é o terceiro item que diminuirá, por tabela, a arrecadação também no
âmbito do Município. Então, vejamos, ao termino do ano diminuirá a arrecadação
da Prefeitura de Porto Alegre por força desses três...
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Para
encerrar, Excelência.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O
Ver. João Bosco Vaz se inscreve e cede seu tempo ao Ver. Nereu D’Avila.
O Ver. Nereu D’Avila está
com a palavra para discutir o PLE nº 021/06, por cedência de tempo do Ver. João
Bosco Vaz.
E
mais, e mais, o Projeto prescreve que no caso de não obter o total, o teto, de
60 milhões, será evidentemente reduzido o ganho dos funcionários; e mais, está
escrito no Projeto quanto ganharão, quanto aumentarão no seu contracheque os
funcionários; os de nível superior, se fosse arrecadado, anualmente, 100%, o
que não existe; normalmente, 100%, em qualquer circunstância, não se atinge,
mas se atingisse, se atingisse 100%, os funcionários da Fazenda de nível
superior aumentariam cerca de dois mil reais a mais; os de nível médio, um mil,
cento e poucos reais; e os demais, quatrocentos e poucos reais. Repito: se
fosse arrecadado, durante o ano, pelo estímulo de eles aumentarem a arrecadação
para toda a Cidade e para todos nós, se atingissem os 60 milhões, que são o
teto, teriam este percentual: 2 mil para os funcionários de nível superior, mil
para os de nível médio e quatrocentos e pouco para os demais. De modo que não
há nenhum fantasma, é transparente!
Eu
estou convicto, absolutamente convicto de que, tendo em vista inclusive que já
existe, em nível federal e estadual, repito, esse tipo de estímulo de que toda
a Cidade será beneficiada - toda a Cidade -, com maior arrecadação. Agora, é
claro que aqui ninguém está querendo não reconhecer que o restante dos
funcionários também deva ser futuramente beneficiado, mas este Projeto é para
igualar os funcionários federais e estaduais, que já têm esse estímulo. E mais:
aqui está a tabela (Mostra a tabela.) em relação às outras capitais, Belo
Horizonte, Recife, Curitiba... Todas estão acima de 8 mil reais em média nas
Secretarias Municipais da Fazenda respectivas. Aqui a média é 6 mil reais, de
modo que também aí não há nenhum privilégio absurdo em relação às outras
capitais. Senão, até o Prefeito, evidentemente, que não deixaria
privilegiar-se, e nós aqui também não teríamos esse espírito. Portanto, penso
que estimular que se receba mais, tendo em vista que diminuirá, sim, no fim do
ano, a arrecadação municipal, é para o benefício não de uma categoria, mas da
cidade de Porto Alegre, de todos nós, da cidadania desta Capital. Muito
obrigado. (Palmas e vaias.)
(Não
revisado pelo orador.)
(Manifestações
nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
Obrigado, Excelência.
A Verª Sofia Cavedon está
com a palavra para discutir o PLE nº 021/06.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Dr.
Goulart, Vereador-Presidente; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
prezados colegas, municipários da Fazenda e demais Secretarias, o primeiro
registro que quero fazer é que este é um tema bastante complexo e bastante caro
à categoria municipária, e que não poderia ser resolvido sem uma ampla
discussão com os municipários. Este Projeto está sendo votado pelo art. 81, em
Regime, portanto, de Urgência; não passou pelas Comissões da Casa, e nós
sabemos que o novo Cores - Conselho de Representantes Sindicais - fez a
discussão numa reunião, mas que o conjunto da categoria, nas suas Secretarias,
sequer conhece o Projeto.
Eu
desejaria que qualquer alteração no quadro de carreira, no quadro salarial, na
matriz salarial da Prefeitura, fosse resultado de uma construção conjunta,
porque nós sabemos sempre das implicações, pois a fonte é única, o recurso é
público, e todos nós, municipários, sofremos com a aplicação de qualquer
política, seja a política arrecadatória, seja a política de gestão, seja a
política de tratamento de uma categoria ou de outra. Então, esse é o primeiro
registro e, nesse sentido, nós, Vereadores, a presidência da Casa, recebemos um
Ofício do Sindicato dos Municipários, com a posição do Conselho de
Representantes, solicitando que o Projeto não fosse discutido e votado em
Regime de Urgência, e que este tema fosse discutido com a categoria no bojo de
discussão das respectivas carreiras, no conjunto do funcionalismo.
Então,
essa é uma dificuldade que temos e não queremos fazer deste tema um tema
político-partidário, este é um tema que devemos tratar com muito cuidado, com o
cuidado de quem vai ter que responder na seqüência por um Orçamento viável ou
não para a cidade de Porto Alegre, por prioridades cumpridas ou não.
Mas
eu terei que tratar um pouquinho além da gratificação fazendária,
especificamente, porque ela vem no bojo de um conjunto de políticas que vão
conformando uma concepção de Estado e de gestão pública, e aí, Ver. Cassiá, não
é um problema de terrorismo, não; é um problema de que os fatos reais estão
atingindo o funcionalismo público já há muito tempo neste País, e está muito
claro qual é a visão de alguns, que deve ter mérito, de que o Estado tem de ser
muito pequeno, apesar de o sistema capitalista jogar, cada vez mais, pessoas na
miséria, e, portanto, mais pessoas na dependência das políticas do Estado para
a Educação, para a Saúde, para a Assistência, para a Previdência. Há muitos que
acreditam que o Estado tem de ser cada vez menor, e, portanto, quem está sendo
jogado fora das possibilidades de sobrevivência próprias fica, cada vez mais,
com menos amparo.
Nós
vivemos isso, sim, em nível federal e nós já vivemos isso aqui no Estado, sim;
a privatização não é um fantasma, não é um terrorismo inventado pelo PT. E
aqui, em Porto Alegre, a gestão do Prefeito Fogaça tem uma lógica que está se
esboçando para nós! Isso está muito claro! É uma lógica das elites salariais, e
eu não estou aqui falando especificamente da Fazenda... Exemplifico com o quê?
Nós tivemos várias medidas, desde o início do Governo passado, que foram
desenhando uma nova matriz. Nós temos, na cidade de Porto Alegre, uma matriz
horizontal diferente da maioria dos entes federados, especialmente do Estado do
Rio Grande do Sul, que é uma matriz verticalizada abruptamente. Nós temos de um
para dez, não sei como está agora, porque as primeiras FGs especiais já foram
concedidas, e nós precisamos verificar qual a diferença, e essa matriz
horizontalizada foi a que nos permitiu ter, por muitos anos, reajuste bimestral
e salários dignos. E permite, olhem, ainda com muitas restrições, uma luta da
categoria por dignidade, por salários em condições. Essa matriz horizontalizada
está sendo atingida por políticas deste novo Governo. Os exemplos são a
concentração de horas extras nos cargos em comissão; quase todos os CCs da
Prefeitura recebem hora extra, e isso significa aumentar, sim, o seu salário,
que não era uma prática anterior.
Eu
solicito ao Ver. Mauro Pinheiro a cedência de seu tempo.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O
Ver. Mauro Pinheiro se inscreve e cede seu tempo à Verª Sofia Cavedon.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Nós
já tivemos a ampliação do número de CCs na Prefeitura - éramos criticados por
isso -, mais de 100 CCs foram acrescidos ao quadro de CCs da Prefeitura. A
Prefeitura não hesitou em gastar mais, constituindo novas estruturas no meio,
novas Secretarias, Secretaria da Juventude, da Acessibilidade, de Gestão, não
hesitou em tirar horas extras de quase 300 funcionários do DMLU, que estão
sendo chamados e constrangidos a abrir mão do seu regime de dedicação integral;
funcionários deslocados das suas funções em várias Secretarias, em muitas
Secretarias. O assédio moral está-se procedendo, nós já levantamos isso aqui,
pois funcionários qualificados para uma área foram retirados para fazer funções
sem nenhuma importância, sendo desvalorizados, recebendo, no caso do DMLU,
depois de 20, 25 anos, à custa do desgaste físico seu, uma redução brutal de
salário, passando à condição de miserabilidade; agora, estão sendo ameaçados os
vales extras. Ainda hoje eu estava na Esquina Democrática e um colega, Guarda
Municipal, veio me perguntar a respeito disso. Não bastasse o fim na legislação
da bimestralidade, as FGs especiais, que são a aglutinação de 75% do salário de
um CC, passam ao salário de funcionários cedidos para Prefeitura; isso também é
uma novidade que está dando altos salários.
Então,
essa política, somada à idéia de mais uma gratificação para toda a Fazenda,
vai-nos colocando um perfil de Governo, um perfil que desvaloriza o conjunto do
funcionário, cria um grupo de elite e a idéia é que, através desse grupo de
elite, a Prefeitura funcionará. Nós não acreditamos nisso, achamos que a
valorização tem de ser horizontal, a valorização tem de ser na formação, tem de
ser na participação e tem de ser no salário, nas horas extras, com critérios
cada vez mais republicanos.
Também
nos preocupamos que os indicadores do Orçamento da Prefeitura são bastante
sérios. Programas como o Entrada da Cidade tiveram paralisadas as obras no ano
passado; estão indo a passo de tartaruga; está sendo renegociado o produto
final com as famílias para entregar casas com qualidade bastante inferior ao
projeto inicial. E a empresa que está realizando a obra tem um crédito com a
Prefeitura, ou faturas a serem cobradas, na ordem de dois milhões de reais.
Assim é a empresa do Programa da Princesa Isabel, cuja obra paralisou; devem a
ela um milhão e 700 mil reais. Assim é o processo do DMLU, o desastroso
processo de privatização do DMLU, que teve uma licitação complicadíssima e os
contratos, todos os contratos, anulados; todos os contratos de prestadoras de
serviço foram chamados para serem informados que não receberão no segundo
semestre, ou seja, não receberão mais nenhum tostão, só no fim do ano com o
adiantamento do IPTU.
Então
a situação da Prefeitura é muito grave, ou há um desgoverno que não sabemos
ainda bem de que ordem é. E aí se discute uma saída que é uma saída que não se
compreende exatamente; esta Casa não está instrumentalizada para ter confiança
nela, e quero repartir isso com os colegas municipários. Há uma saída em que se
cria uma gratificação para todos os funcionários da Fazenda, do GAPLAN, e agora
com Emendas para outras Secretarias, a pontuação ou a lógica ou o tipo de
incentivo que havia para os Agentes Fiscais na base de pontos, não é
retrabalhada, é abandonada, e se cria uma outra idéia que parece mais um pacto
com toda a Fazenda e não uma lógica vinculada, de fato, ao trabalho de
arrecadação. Porque eu não acredito que todos os funcionários da Fazenda
estejam envolvidos nesse processo. Lamentamos e não sabemos qual é a posição da
sociedade organizada que discute Orçamento, que discute investimento, através
do Conselho do OP, do Fórum de Delegados, não sabemos a opção deles e qual a
opinião deles sobre o assunto. Temos indicadores para fechar, de repercussões
bastante sérias, uma vez que a gratificação está vinculada ao aumento de
Receita, mas, de imediato, na Previdência há uma incorporação dos aposentados,
no caso, só os fiscais causam, de cara, um déficit à Previdência, ao Previmpa,
de 60 mil reais.
Então,
colegas este tema é bastante complexo para esta Casa assinar embaixo sem uma
série inclusive de questões a serem melhores identificadas como quais são os
indicadores desse resultado, com que conjunto dos funcionários vai ser tratado
a partir do crescimento da Receita, e quando não houver mais crescimento, que
isso tenha um limite. Como fica essa incorporação nos aposentados, no conjunto
dos quadros que passam a contar com esse salário.
Acho
que essa opção é uma discussão que tem de ser aprofundada, nossa Bancada quer
contribuir, sim, com uma cidade saneada, com uma cidade com capacidade de
atenção às necessidades da Cidade. Mas o conjunto de políticas que o Prefeito
Fogaça vem levando não demonstra isso, demonstra privatização, elitização e
desvalorização do conjunto dos funcionários.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A
Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir o PLE nº 021/06.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, queria muito saudar a presença, nesta Casa, de inúmeras lideranças
dos municipários de Porto Alegre, que acompanham este debate. Sejam muito
bem-vindos, acho que o Parlamento se enriquece com a presença da sociedade
civil; senhoras e senhores que nos acompanham pelo Canal 16.
Estamos na Câmara
Municipal de Porto Alegre, nesta tarde, discutindo mais um Projeto de Lei do
Executivo Municipal, que trata da Gratificação de Resultado Fazendário - GRF -
e de programação orçamentária. Um Projeto de Lei que tramita nesta Casa desde o
dia 16 de junho deste ano, cujo objetivo é buscar o aumento da arrecadação
própria através do estabelecimento de metas pela Administração. O Projeto
passou pela Comissão de Constituição e Justiça, com aprovação, e tem como
objetivo viabilizar recursos que terão a possibilidade de ser encaminhados para
áreas fundamentais de desenvolvimento da Cidade e de melhoria de condições de
trabalho nas áreas de Saúde, Educação, infra-estrutura, áreas essas que possuem
vinculação direta com a Receita, com impostos, terão os repasses
automaticamente acrescidos na proporção da Receita oriunda do cumprimento das
metas de arrecadação.
É
importante lembrar qual é o conceito do Projeto, como estamos trabalhando na
Prefeitura de Porto Alegre a busca do aumento da arrecadação. Porque todos nós
sabemos da crise das instituições públicas e da necessidade de modernização dos
serviços, de estímulos, e de busca da
eficácia, da eficiência, para que, no caso, o Município possa cumprir o
conjunto das suas responsabilidades com a população.
No caso da Prefeitura de Porto Alegre, não se busca
o aumento da arrecadação através do aumento de impostos. A questão do aumento
de impostos não é parte das preocupações da política do nosso Município, na
nossa gestão. A busca do aumento da arrecadação se dá através da valorização da
eficiência dos trabalhos e da busca do aumento de resultados, e esse é o
espírito deste Projeto. E é importante ainda ressaltarmos que somente haverá o
aumento, somente haverá o direito de recebimento por parte dos servidores, se
houver o cumprimento da meta, o que mostra uma outra faceta do Projeto, que é a
busca da eficiência e da eficácia dos serviços públicos. Além disso, a despesa
com o pagamento da gratificação não ultrapassará 20% do incremento da Receita.
A formatação do Projeto - e isso também é uma coisa
importante, porque isso poderia preocupar alguma Vereadora, algum Vereador -
respeita o princípio da Lei de Responsabilidade Fiscal, respeita o princípio do
equilíbrio fiscal.
E, por último, Sr. Presidente, queria lembrar que
nós estamos, na verdade, em sintonia com o movimento, hoje, existente no País,
que busca também o aumento do melhoramento dos serviços públicos, através do
aumento da arrecadação, que já está, inclusive, em andamento. Exemplos desse
tipo de legislação já existem, hoje, na Receita Federal, órgão vinculado ao
Governo Federal; já existe, hoje, na Secretaria da Fazenda do Estado do Rio
Grande do Sul, no Estado da Bahia, na cidade de Salvador, no Estado de São
Paulo. E lembrando que o próprio discurso do Governo Federal tem sido nessa
direção. Eu acho que estamos hoje, nesta tarde, possibilitando, dando um
avanço, um passo na política de equilíbrio fiscal no nosso Município, através de
mecanismos que não penalizam a população, através de mecanismos que não são de
aumento de impostos, através de mecanismos que, na verdade, tem a preocupação
da busca da eficiência, da
eficácia dos trabalhos e dos serviços públicos e que terá uma repercussão que
se reproduzirá para o conjunto da Prefeitura e, conseqüentemente, para a cidade
de Porto Alegre.
(Não
revisado pela oradora.)
(Manifestações
nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Excelência.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLE nº 021/06.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Goulart; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
senhoras e senhores, com certeza absoluta, eu acredito que, em todos os anos
que eu tenho nesta Câmara de Vereadores, dificilmente votei algum Projeto
contrário aos funcionários públicos.
(Manifestações
nas galerias.)
A
prova de que este Projeto não está convenientemente discutido é que nós temos
hoje, aqui, dois grupos de funcionários públicos que se antagonizam. Um grupo
não está apoiando o outro.
(Manifestações
nas galerias.)
Quando,
na verdade, em quase todos os projetos que nós temos tramitando nesta Casa, os
funcionários públicos estão, em conjunto, tentando fazer com que o Projeto a
ser votado aqui na Casa seja aprovado.
O
que eu acho que não está certo dentro do Projeto - e vou aproveitar a presença
do Secretário aqui na Casa; já falei para o Secretário e já conversei também
com muitos dirigentes e integrantes da Fazenda - é que nós temos, Ver. João
Dib, um incentivo sobre outro incentivo. Já existe um incentivo para a
arrecadação. E o que nós estamos prestes a votar é o Projeto que foi enviado
para esta Câmara Municipal que coloca mais um incentivo sobre aquele incentivo
já existente. O que pedi, o que tinha tratado ou o que eu tentei, pelo menos,
conversar, é que nós poderíamos trabalhar com o incentivo que já existe, e
trabalhando com o incentivo que já existe, mexer nas suas regras para que
aqueles que são responsáveis, dentro da Fazenda, por aumentar a arrecadação, ou
aqueles que querem envidar mais esforços ainda para aumentar a arrecadação,
pudessem realmente conseguir este seu objetivo, mas que pudéssemos estar aqui
não criando incentivos duplos praticamente com a mesma natureza, que é só
aumento de arrecadação. Mas que pudéssemos trabalhar somente com um incentivo,
o já existente. Era só mexer realmente nas regras que existem, e nós estaríamos
hoje, aqui, votando um projeto, Ver. Nereu D’Avila, bem melhor do que o Projeto
que está aí colocado. Eu não sou contrário a que os amigos da Fazenda possam
vir aqui e reivindicar que querem aumentar os seus ganhos, mas também não sou
contrário a que outros segmentos do funcionalismo público também queiram fazer
o mesmo.
Então
colocamos uma Emenda que visa a trazer um grupo que eu acredito que é
merecedor, porque, afinal de contas, faz tudo aquilo que o pessoal da Fazenda
faz. Também trabalha para aumentar a arrecadação, também trabalha na
arrecadação, e, por isso mesmo eu trouxe nesta Emenda, que é a Emenda nº 02,
também o acréscimo deste grupo que pertence à Secretaria da Administração. E
fizemos mais, fizemos algo que eu acredito que também tenha sido um equívoco e
que eu acredito que poderíamos consertar talvez com outro projeto, um projeto
que não fosse votado hoje. Sou contrário a que este Projeto seja votado no dia
de hoje, acho que não precisamos apressar as coisas. E eu acredito que
poderíamos, com toda a certeza, votar o Projeto num outro dia e levar em
consideração algo que colocamos aqui nesta Emenda, Ver. João Dib, pois um
incentivo praticamente anula o outro, porque senão vamos ter incentivo sobre
incentivo, e daqui a pouquinho, no ano que vem, vamos chegar à conclusão de que
não está bem assim, vai-se criar outro incentivo, e daqui a pouquinho teremos
um salário básico pequeno, mais incentivos, mais incentivos e mais incentivos
levando, realmente, a um salário bem alto. Eu sei que outros segmentos do
funcionalismo público também reivindicam aumento, e eles têm razão. A única
coisa que não é justa é que vocês possam vir aqui para a Câmara Municipal, no
dia da votação, e ao invés de tentar dialogar com os Vereadores, não só comigo,
mas com todos os Vereadores, vocês tentam impedir que haja a manifestação de
Vereadores aqui da tribuna. É isso que está errado. Eu acho que nós poderíamos
realmente dialogar. É com diálogo que nós fazemos as negociações. Esta é uma
Casa política, onde nós temos que receber... É obrigação nossa receber todos os
segmentos do funcionalismo público, todos os segmentos da sociedade para aqui
dialogarmos. Talvez eu esteja não querendo votar hoje este Projeto por motivos
completamente diferentes, Ver. Elói, de outros Vereadores aqui na Casa, mas eu
tenho os meus motivos pelos quais eu não gostaria de votar este Projeto da
forma como ele está, assim. Mas, se porventura, nós votássemos este Projeto da
forma como está, eu gostaria então que votássemos a Emenda nº 02, porque ela
traz, pelo menos, um pouco mais de justiça a este Projeto; evita esse acúmulo
de incentivos e traz um grupo que é merecedor, também, de receber esse mesmo
incentivo criado para o pessoal da Fazenda.
Para
encerrar, Sr. Presidente, eu não sou contra a que os funcionários públicos
possam receber aumento por aquilo que fazem, mas estou, na verdade, contestando
a forma como este Projeto está tramitando, porque acredito que assim ele comete
muitas injustiças.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
Obrigado, Excelência.
A
Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir o PLE nº 021/06.
A
SRA. MARGARETE MORAES:
Sr. Presidente, Dr. Goulart; funcionários e funcionárias da nossa Prefeitura de
Porto Alegre, Vereadores e Vereadoras, público que nos assiste, eu creio que é
um princípio da democracia, independente de qual Partido esteja no Governo,
este Executivo sempre tem a obrigação de cuidar da Cidade, de cuidar do
bem-estar, da qualidade de vida, do desenvolvimento econômico, do equilíbrio
das finanças para que possa devolver esses impostos em serviços para a
população, levando em conta aqueles que mais precisam. Isto é um princípio
universal da política.
Quero
falar com muito respeito aos funcionários da Fazenda aqui presentes, pois eles
praticam, exercem um trabalho fundamental, importante e exemplar, são os
funcionários da Secretaria Municipal da Fazenda. Mas eu queria também dialogar
com o Executivo - e tem alguns Secretários aqui, como o Secretário Cristiano
Tatsch - no sentido de que a Prefeitura tem obrigação de olhar para todos os
funcionários do seu quadro. Que os funcionários da Fazenda olhem para o lado e
vejam que há outros funcionários que são fundamentais ao funcionamento da
máquina pública de Porto Alegre. Todos os setores são importantes.
Agora,
se nós ficarmos apenas nessa questão de arrecadação, de fiscalização, de
cuidado com as finanças públicas, eu quero repetir que a Prefeitura de Porto
Alegre tem um quadro, que eu conheço, que é exemplar, que é honesto e que é um
modelo para o Brasil, mas nós deveríamos pensar em todos os setores que
fiscalizam, que arrecadam, que economizam, que cuidam das finanças. Poderíamos
pensar na Secretaria Municipal da Cultura, que tem três fundos que funcionam
como Minissecretarias. Tem o Funcultura, o Fumproarte e o Fumpahc, uma
Minissecretaria da Fazenda.
Poderíamos
pensar também nos funcionários da SMIC, do DMLU, do DMAE, que fiscalizam, que
arrecadam e cuidam com muito denodo das finanças públicas de Porto Alegre. Isso
se nós ficássemos apenas nesse aspecto da função de determinados funcionários.
Agora, acho que nós deveríamos pensar muito além. Deveríamos pensar nos assistentes
sociais, que fazem um trabalho com pessoas que têm uma situação degradada de
vida, de sofrimento físico, de sofrimento psíquico.
Poderíamos
pensar nos funcionários da Saúde, que também entram em contato com a dor das
pessoas, que é a pior coisa que existe na vida, e isso acaba afetando esse
funcionário; nos funcionários do DMLU, que perderam as suas horas extras e que
recolhem o lixo, os detritos de toda a população de Porto Alegre - eu acho que
esses funcionários deveriam receber muito mais; nos trabalhadores da Educação.
Será que um professor do qual os alunos gostam, que faz um belo trabalho não
deveria ter também uma premiação diferenciada, Ver. Zé Valdir, V. Exª que é
professor, como eu?
Então,
deveríamos pensar nas funções que se estabelecem em cada órgão da Prefeitura, e
se pensássemos assim, nós chegaríamos à conclusão de que este Projeto não
ajuda; ele favorece um grupo de funcionários, cria uma casta, cria uma elite e
desilude outro grupo de funcionários. Desilude, pois eles vão ficar com a
auto-estima baixa. E como é que eles vão agir no seu dia-a-dia?
Portanto,
antes de terminar o meu tempo, eu quero fazer um apelo à Fazenda, ao Executivo
Municipal, que têm o dever de trabalhar com horizontalidade o seu quadro e têm
o dever de olhar para todos os lados. E aos funcionários da Fazenda, com muito
respeito, para que olhem para os seus colegas, que também merecem esse subsídio
ao seu trabalho.
Por
fim, eu quero cumprimentar o Ver. Luiz Braz, é difícil nós estarmos no mesmo
lado, mas eu acho que ele tem razão: este Projeto não deveria ser votado hoje,
pois exige maior discussão, exige que se ouça o Sindicato, o Simpa, que age com
todos os funcionários, é uma diretoria nova que está querendo trabalhar com
todos os funcionários da Prefeitura para que possamos chegar a algum consenso.
Muito obrigada. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
O Ver. Elias Vidal está com a palavra para discutir o PLE nº 021/06.
O
SR. ELIAS VIDAL: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
servidores do Executivo desta Cidade, eu venho a esta tribuna para fazer
algumas considerações. Primeiro, eu concordo com algumas coisas que a Verª
Margarete Moraes falou aqui no sentido de que muitos outros ou, quem sabe,
todos os setores que dão sustentabilidade ao trabalho público para o cidadão
deveriam ter um estímulo, uma gratificação, quem sabe, uma premiação.
Podíamos
analisar, por exemplo, desde o processo de economia. Agora, nenhum outro setor
é provedor do dinheiro como a Secretaria da Fazenda; então, o dinheiro tem de
sair de algum lugar. E sabemos que não há espaço para um aumento, essa carga
tributária, que já é pesada, não tem como aumentar mais nada. Então, não há de
onde tirar. E nós reclamamos que falta dinheiro para a Educação, para a
Segurança, para a iluminação, para tudo, e o que se vê no Brasil afora é a
má-administração, ou a indiferença com a coisa pública - e a gente tem exemplos
pelo Brasil afora de desvios, de desmandos, etc.
Eu
recebi, assim como os Srs. Vereadores também receberam, esse gráfico, e ele
mostrou uma curva ascendente bem acentuada em relação ao mesmo período da
gestão do PT. Houve um aumento nessa curva, não no aumento da arrecadação no
sentido de aumento tributário, mas foi aperfeiçoada a forma do diálogo, de como
buscar um dinheiro que estava perdido. E eu não vejo, aqui, esse estímulo em
relação às outras categorias, como um demérito aos outros, porque eu penso isso
pode ser a locomotiva que vai trazer dinheiro para os cofres públicos, aperfeiçoando
a busca desse dinheiro pelo estímulo, haja vista que os bons profissionais
estão abandonando, estão indo atrás de um bom salário, o que não está errado,
pois cada um busca o seu pão de cada dia, cada um tem as suas necessidades. Mas
a Fazenda está perdendo para o Tribunal de Contas, para a Receita Estadual,
para a Receita Federal bons profissionais que poderiam estar no nosso
Município, ajudando na busca de um dinheiro que já é do Município.
Agora,
o que eu acho interessante, pelo o que eu entendi, é que esse incentivo, esse
estímulo é flutuante. Se o grupo não buscou, não fez um trabalho como
deveria... É como o dízimo, como fazem os religiosos: quem ganha muito, dá 10%;
quem não ganha nada, não dá nada. É até um princípio teológico. Se não houver o
estímulo, o Município não perde nada, não paga nada.
E
há aqui um parâmetro do Governo Federal. Eu acho estranho o discurso do PT,
aqui na tribuna, um discurso um tanto demagógico, porque o Presidente Lula fez
isso lá. Eu tenho aqui que antes o maior básico, que era de 55%, que já tinha
esse estímulo, Ver. Luiz Braz, passou para 75%. E o maior básico, que era de
45%, passou para 95%. Quer dizer o Governo Federal, a União já fez isso. Lá
pode fazer, o Governo Federal pode fazer; quando cai aqui, o PT é outro, tem
outro discurso. Não, vamos afinar o discurso, porque senão fica demagógico.
Quando eu quero aqui, eu digo uma coisa; depois, quando eu não quero, para
fazer o quê? Para receber aplausos? Acho que se tem que estar pronto para
receber aplausos ou para ser vaiado, se for o caso. Mas venha e mantenha a
coerência, não seja incoerente. Se aqui é errado, então lá, o Governo que vocês
estão defendendo - querem torná-lo Presidente da República -, lá, o que ele fez
está errado?
Então,
senhores, eu acho que é com base no estímulo, se o segmento fazendário está
fazendo um excelente trabalho, recebe o estímulo, se não estiver fazendo...
Solicito
o tempo do Ver. Mario Fraga para que eu possa terminar o raciocínio.
(Assentimento
do Ver. Mario Fraga.)
O
SR. ELIAS VIDAL: Para
concluir, então, eu vejo equilíbrio por todas as partes. Agora, eu penso que
nós deveríamos achar outras alternativas para também dar gratificações a todos
os outros segmentos do funcionalismo público, como o do professor; eu já fui
professor de sala de aula, hoje em dia não é tão fácil ser professor na sala de
aula, com essa liberdade de uso de drogas, com toda essa aberração que existe.
Hoje, o estímulo é para aquilo que é errado, me parece. Então, os professores
muitas vezes, têm que abandonar a carreira por ser uma carga pesada a de
enfrentar adolescentes. O mundo contemporâneo, me parece, impõe esse tipo de
situação.
Então,
eu acho que em todas as áreas, na área da Saúde, na área da Segurança, no
Magistério, deveríamos ter, realmente, estímulo.
Agora,
onde podemos melhorar a arrecadação? Na Secretaria de Educação? Acho que não é
por aí o caminho. É na Saúde? Também não. Acho que a locomotiva tem que ser a
Fazenda, porque, pelo que eu entendo, senhores, entraram 50 milhões a mais nos
cofres públicos. Fiz os cálculos - não sou um excelente matemático, mas fiz
aqui os meus cálculos nesse gráfico, e penso que os técnicos não inventaram
isso, os técnicos da Fazenda colocaram aqui; mas quando eu fiz aqui a soma, deu
um pouco mais, me parece, de 50 milhões, como estímulo. Quer dizer, essa
Gratificação não vai sair de um dinheiro que já estava alocado para uma outra
área. Não, eles foram em busca de 50 milhões de reais, motivados, e eu acho que
isso nós deveríamos trabalhar e concordo com a Verª Margarete Moraes, acho que
deveríamos trabalhar para que todas as outras áreas do funcionalismo público
recebessem, sim, gratificações. Acho que todos deveriam receber, não só os da
Fazenda, mas vejo a Fazenda como a maria-fumaça, a locomotiva que vai buscar
dinheiro, porque eles conseguiram jogar 50 milhões de reais para dentro dos
cofres públicos, para, inclusive, ajudar outras áreas da Prefeitura.
Eles
têm o meu apoio, porque mostraram resultado, mostraram competência, mostraram
seriedade. Isso valoriza o profissional, e aí não vamos, também, quem sabe,
estar perdendo bons profissionais para o Tribunal de Contas e outros lugares
mais. Depois, o Governo Federal fez; se ele fez lá, ele serve de exemplo, então
vamos seguir o exemplo do Governo Federal. Se nós vamos seguir... bom, vou
parar por aqui. O meu muito-obrigado; têm o meu apoio e têm o meu voto, porque
eu acho coerente.Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
(Manifestações
nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
Obrigado, Vereador.
O
Ver. Zé Valdir está com a palavra para discutir o PLE nº 021/06.
O
SR. ZÉ VALDIR: Sr.
Presidente, senhores funcionários, Srs. Vereadores e Sras
Vereadores, a minha relação com este tema me coloca na condição de fazer uma
apreciação toda peculiar, particular e expor aqui uma visão que eu tenho desse
problema, eis que, como professor e militante da categoria dos professores, do
movimento sindical, sempre defendi que, nessas questões que tocam na
remuneração do funcionalismo, nós temos que nos basear por princípios do
profissionalismo, do plano de carreira, da dignidade salarial e condições de
trabalho para todos os funcionários. E é por aí que eu quero desenvolver a
minha fala.
Eu
acho que nós estamos caindo num perigoso raciocínio de analisar esse tipo de
problema a partir de uma visão segmentada, e não de uma visão unitária, caindo
num reducionismo. Vamos aceitar a tese de que é preciso estímulo para que
aumente a arrecadação. Aí já há um problema: quer dizer que, se é preciso
estímulo, significa que os técnicos não estão, por falta de estímulo, dando
aquilo que poderiam dar para a arrecadação? Mas vamos dizer que falta,
realmente, estímulo e que é válido esse raciocínio. Aí, surge a seguinte
pergunta: se os técnicos estão desestimulados, será que o estímulo não falta,
então, a toda a categoria? Serão só os técnicos que têm o direito de estarem
desestimulados?
Vejam
o reducionismo com que nós estamos discutindo essa questão! Nós estamos
discutindo a questão da arrecadação como uma coisa à parte - arrecadação, arrecadação
e arrecadação. Nós não estamos vendo o aumento da arrecadação como um item da
melhoria da qualidade do serviço, porque no momento em que nós colocarmos a
arrecadação como um item da melhoria da qualidade do serviço, nós vamos ver que
a melhoria da qualidade do serviço não se deve apenas a um segmento, se deve a
vários fatores. A melhoria se deve a todo o funcionalismo! Só aumenta a
qualidade do serviço público se todo o funcionalismo estiver motivado. Não
adianta um segmento apenas estar motivado - só se todo o funcionalismo estiver
motivado.
E eu quero que me provem, aqui, que o trabalho do técnico mais qualificado não é tão importante, para a qualidade do serviço, como o do funcionário de nível mais baixo da hierarquia, como o servidor que faz a limpeza ou aquele, como a Verª Margarete Moraes se referiu, que retira as pessoas da rua, que retira as pessoas, às vezes, numa situação desumana em que muita gente, nessa hora, não quer botar a mão! Será que esses técnicos também não ajudam a construir a qualidade do serviço público na nossa Cidade, no nosso Estado e no nosso País? Por que, então, na hora em que se vem discutir essa questão, em vez disso, nós não discutimos a qualidade do serviço público como um todo? Como melhorar a qualidade do serviço público, como melhorar as condições de salário, as condições de trabalho, como estimular, se for o caso então, mas a todo o funcionalismo? Por que a gente discute apenas uma categoria? Por que isso?
E
vejam como é fácil apelar para argumentos usando o “advoguês”. Aqui vieram
falar na Constituição! Fundamentaram isso na Constituição! Mas, senhores, a
Constituição tem um princípio basilar que é o princípio da isonomia, que é
tratar a todos igualmente. É o princípio da isonomia! É muito interessante que,
quem falou aqui em Constituição, em Lei, não falou na Lei Maior e num princípio
basilar da Constituição, que é tratar a todos igualmente.
Vejam
a armadilha em que se cai, quando a gente, em vez de enfrentar uma discussão
geral, uma visão unitária, global, prefere fazer o reducionismo e fazer uma
discussão de forma segmentada. Aliás, meus amigos, esse é um grande problema
que nós estamos vivendo hoje em Porto Alegre e no Estado: em vez de nós
discutirmos de forma global, de forma articulada, nós estamos segmentando, nós
estamos seccionando a discussão. E aí os velhos romanos já nos explicaram o
porquê: é melhor dominar quem está dividido! Se nós dividirmos a discussão,
começam a discutir esse e aquele segmento - é muito mais fácil criar confusão
na área.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A
Verª Maria Celeste se inscreve e cede seu tempo ao Ver. Zé Valdir.
O
SR. ZÉ VALDIR: Verª
Maria Celeste, agradeço pela cessão do seu tempo.
É
por isso que a única forma deste Projeto passar, a meu ver, seria fazer uma
ampla negociação, com todos os setores, fazendo emendas que democratizem essa
vantagem, que coloquem essa vantagem para toda a categoria, pois, do contrário,
nós vamos estar criando privilégios que vão se fazer sentir agora e no futuro,
e não vamos estar ajudando na melhoria da qualidade do serviço, porque nós
vamos ter um pequeno grupo satisfeito, e a ampla maioria da categoria com
sentimento de injustiça, porque foi praticado com a conivência desta Casa.
(Não
revisado pelo orador.)
(Manifestações
nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
Obrigado, Ver. Zé Valdir.
Apregôo
a Subemenda nº 01 à Emenda nº 03 ao PLE nº 021/06: “institui a Gratificação de
Resultado Fazendário no âmbito da Secretaria Municipal da Fazenda, altera
disposições da Lei nº 6.309/88 e da Lei 7.690/95 e dá outras providências.
(Lê.): “A presente Emenda visa a corrigir a Emenda nº 03, em cuja redação
deixou de constar também os servidores das autarquias e fundações. De outra
parte, busca também inserir regramento para a incorporação da gratificação nos
proventos de aposentadoria dos servidores da administração direta, autárquica e
fundacional, nos moldes do art. 5º do Projeto de Lei”. Assinam os Vereadores
Sofia Cavedon, Mauro Pinheiro, Carlos Todeschini e Adeli Sell.
Apregôo o Requerimento, de
autoria da Verª Sofia Cavedon, solicitando votação em destaque para a Emenda nº
03 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 03 ao PLE nº 021/06.
O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PLE nº 021/06.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, quero saudar os
funcionários públicos de carreira do Município, e dizer que me preocupo quando
eles se dividem.
Essa
matéria é de origem Executiva, é privativa do Chefe do Executivo, e os
funcionários de carreira aqui sabem disso, mas, evidentemente, à Câmara
Municipal cabe fazer emendas.
Se
nós examinarmos a pirâmide salarial do Município, nós cometeremos aqui
injustiças se dissermos que os funcionários municipais são privilegiados, mesmo
considerando aqueles que estão no ápice da pirâmide. Se nós pegarmos o Estado,
a União, os Municípios e as Capitais, vamos ver que os salários do Município de
Porto Alegre são modestos, evidentemente que são estruturados em pirâmides,
como os salários do Estado e os de qualquer lugar da face da Terra, pois é da
natureza, da complexidade deste tema. Não há aquela isonomia física dos
salários em parte nenhuma do mundo, e nós temos que compreender isso, aliás, os
funcionários sabem disso.
Então,
aquele discurso que remete à igualização é demagógico, não tem sustentação histórica
nem espacial. Mas o funcionário fazendário é o funcionário da arrecadação do
Município, e não há administração, não há obras, não há salários sem
arrecadação, o que significa dizer que os órgãos fazendários e outros órgãos -
estamos agora apenas estamos discutindo essa categoria -, são essenciais ao
Estado, dada a sua natureza, dada a sua complexidade. Não conheço, vejam bem, e
tenho boa experiência, avanços na pirâmide salarial do Município de Porto
Alegre, independentemente deste ou daquele matiz de Governo, que não se tenha
dado em cascata. Muito lutamos aqui com a GIT - Gratificação de Incentivo
Técnico -, e outras também, que se conseguiram mercê da cascata. Aquele
discurso: “Olha, ou é para todos, ou é para nenhum!”, não tem tido bons resultados,
e as tentativas feitas caíram, não avançaram.
Então,
fica aqui a nossa manifestação para dizer que vamos votar a favor do Projeto.
Por outro lado, há uma Mensagem Retificativa aqui também, do GPO, e há uma
Emenda aqui, sustentada pelo Ver. Luiz Braz, que se dá ao caput do
artigo. Se nós - e aqui apenas estou expondo - manifestarmos-nos favoráveis à
sua Emenda, Ver. Luiz Braz, nós vamos fazer com que - segundo informações - o
Prefeito vete, porque é uma Emenda que se coloca no caput do artigo.
Agora,
temos de examinar a situação trazida por V. Exª, porque V. Exª sustenta
semelhanças de parte da Secretaria da Administração, mas em conversa com os
funcionários do Cedre, constatei situações específicas. Agora ficamos
aqui em uma situação muito difícil.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Vereador,
seu tempo se encerra. O Ver. Brasinha se inscreve e cede seu tempo a V. Exª,
que continua com a palavra para discutir o PLE nº 021/06.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Agradeço
ao Ver. Brasinha.
Uma
vez concedida pela Casa essa Gratificação de Resultado Fazendário, nós vamos
ter de examinar outras situações que vêm consagradas aqui na Mensagem
Retificativa; quero deixar bem claro isso aqui da tribuna. Nessa Mensagem
Retificativa está incluído o GPO, e teremos de examinar as situações que reúnem
condições de semelhança, de igualdade e isonomia. Tem de ser examinado, porque
queremos a valorização profissional do servidor público, mormente em uma
pirâmide que é modesta. A pirâmide salarial do Município de Porto Alegre
colocada ao lado do Estado, ao lado da União e ao lado de determinadas Capitais
brasileiras, é modesta.
Então,
nós temos de avançar com essa iniciativa, pois a Fazenda do Município não está
e não receberá privilégios, mas uma adequação por se tratar de um órgão essencial;
nós vamos aprovar. Agora, temos de examinar, porque essas matérias - estou
falando o óbvio - dependem de concertação, seja do sindicato, seja das
associações, seja das categorias, com o Chefe do Poder Executivo! E assim, na
história administrativa de Porto Alegre, têm-se registrado os avanços. Aquele
discurso “ou é para todos, ou é para nenhum!”, se fosse vitorioso, estaríamos
em situação deprimente no Município, porque as coisas não avançam num todo. Eu
não saberia dizer se isso representa procedimentos em outros Estados, em outras
Capitais, em outros locais, mas a verdade é essa! Essa é irretorquível: que os
avanços que têm tido os funcionários, ao longo da sua história, da sua luta na
questão da pirâmide salarial, vêm por cascata. Aliás, com a inclusão do GPO,
abre-se uma discussão! Eu acho que essa iniciativa da Fazenda é inquestionável,
por ser um órgão de arrecadação, que quer, apenas, buscar um incentivo na razão
do resultado! Isto é claro; é quase que aritmético.
Agora,
como temos situações na malha administrativa que se assemelham à situação
assegurada ao GPO, teremos de ir atrás disso efetivamente.
Portanto,
fica aqui a minha manifestação, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, funcionários.
Eu acho que a luta se dá no “hoje é meu dia, amanhã será o teu”. Não conheço
forma diferente de avançarmos no terreno dos avanços do funcionalismo. Agora,
aquele discurso: ou é tudo ou é nada, não tem tido resultado, nós somos
testemunhas disso! Nós todos, funcionários, somos testemunhas disso. Portanto,
fica aqui a nossa manifestação em aberto, sim, para examinarmos outras
questões. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O
Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra para discutir o PLE nº 021/06.
O
SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, prezados servidores que aqui se encontram, este
tipo de Sessão já é antigo nesta Casa. Por muitos anos ouvi vários discursos
aqui, especialmente de 1993 a 2000; agora estão invertidos os discursos: o
pessoal do PT, que discursava de uma maneira, hoje, discursa de outra, porque
hoje é oposição. Então aprovamos, ao longo do tempo, aqui, os penduricalhos;
foram aprovados vários e vários penduricalhos para várias categorias do
funcionalismo público. Esses processos se sucedem.
Infelizmente,
nós estamos num País que ainda não viu a importância do servidor público, na
sua totalidade. Nós colocamos, inclusive no bojo da imprensa nacional, que são
os servidores públicos os culpados pelos problemas dos Estados, seja União,
Estado e Municípios. O que não é verdade, nós sabemos. A máquina pública não é
do tamanho que se coloca; a máquina pública é bem aquém da necessidade que a
sociedade teria. O que nós temos que aperfeiçoar, logicamente, é a qualidade da
máquina pública; separar os bons servidores dos maus servidores, como em todas
as categorias profissionais.
Eu,
que sou advogado, sei que há bons e maus advogados, bons políticos e maus
políticos, bons servidores e maus servidores.
A
questão dessas gratificações, nos parece que é positiva, no sentido de buscar
remunerar melhor os servidores públicos; é que, muitas vezes, se premiam os
bons funcionários e os maus funcionários, se premiam todos em geral; se premiam
aqueles que trabalham e aqueles que não trabalham, os que fazem que trabalham.
E isso todos conhecem e sabem. Ninguém é avestruz. Todos têm consciência dessa
realidade.
Nós
precisamos, evidentemente, aperfeiçoar o Estatuto do Funcionário Público para
que, cada vez menos, o funcionário público tenha de ir às Casas Legislativas
para pedir que o Legislativo aprove uma coisinha ou outra. Isso é ruim. Mas é a
realidade que enfrentamos no País.
Em
nível de Governo Federal, o sistema é o mesmo. O aumento que o Governo Federal
deu para os servidores públicos foi de 0,5%, 1%, depois de vários anos sem dar
um aumento linear, porque faz a mesma coisa: dá aumentos setorizados,
gratificações setorizadas, e cria as discrepâncias entre as categorias
profissionais. Essa é a realidade praticada no Governo Federal, todos sabem
disso, e acaba sendo praticada nos governos estaduais e municipais. Esse tipo
de prática é que temos de mudar. Essa realidade temos de mudar. Temos de buscar
discussões que sejam mais profundas, que procurem, logicamente, contemplar
todas as categorias profissionais, que procurem contemplar os bons
funcionários, que se valorizem os bons funcionários, que se excluam dos quadros
os maus funcionários.
Ninguém
pode achar que temos de viver numa sociedade em que aquele que trabalha pague
pelo que não trabalha; em que aquele que produz e merece uma gratificação de
produtividade pague pelo que não produz e não merece uma gratificação.
Então,
todas as categorias sociais têm esses problemas, em todas as funções existem
esses problemas. E ninguém pode dizer aqui que não existem problemas. Todos
sabem que existem. O que precisamos é ter uma visão mais clara dessa realidade.
Precisamos
aperfeiçoar, e acho que é o que a Casa está tentando nas suas discussões,
aperfeiçoar o Projeto, contemplando um setor com a gratificação de
produtividade, que seriam os funcionários fazendários, mas existe a discussão
com relação às demais categorias profissionais.
Há
uma preocupação, aqui, levantada pelo Ver. Nereu D’Avila, da redução dos
recursos do Orçamento municipal, a partir do ano que vem. O Fundeb, que é uma
grande enganação à população brasileira, se vocês conhecerem, forem olhar a
fundo, não foi aprovado até hoje, mas quem conhece Educação sabe disso; quem
conhece Educação sabe das dificuldades, das mazelas da Educação no País, no
Estado e no Município; sabe dos problemas de gerações e mais gerações que são
perdidas neste País, onde se formam analfabetos funcionais. E nós estamos a
cada ano contribuindo mais e mais e mais com esse processo.
Então,
há uma necessidade de se fazer um aperfeiçoamento geral. E aí, claro, entra a
importante relação do funcionalismo público, no caso do Município com o
Executivo Municipal, já que este é um Projeto que vem do Executivo Municipal, e
que vai ser, evidentemente, aprovado pela Casa, por todas as manifestações que
aqui estão se fazendo, e que deverá sofrer esse processo de discussão interna,
que é necessário, e para isso existe o Legislativo, para isso estão aqui os
Vereadores buscando, nesta discussão, o aperfeiçoamento, por isso estão sendo
apresentadas Emendas, por isso é que vai-se avançando no processo.
Agora,
é importante que se tenha consciência disso: o servidor público é essencial
para a sociedade, e tem que dar a resposta que a sociedade precisa em
excelentes serviços, não em bons serviços, mas excelentes serviços. E nós todos
temos que contribuir para melhorar a sociedade como um todo. E esse é o
processo para nós encontrarmos caminhos que façam com que todos se sintam
recompensados, valorizados, e possam ampliar cada vez mais os serviços
prestados à sociedade. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães):
O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para discutir o PLE nº 021/06.
O
SR. CASSIÁ CARPES: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores
que nos acompanham aqui neste debate; primeiro, para que nós possamos fazer um
debate, nós temos que despartidarizar esse debate. Até porque eu vejo aqui, não
sei se são funcionários, com tarjetas de candidatos; então eu fico na
dificuldade de entender se são funcionários públicos mesmo ou se são cabos
eleitorais. Essa é a diferença. Eu tenho essa dificuldade de saber. Mas não
tenho dificuldade, até por que fui Secretário, e quero reavivar a memória da
Verª Sofia Cavedon, que foi Secretária de Educação e houve o sucateamento com a
dívida de mais de 180 milhões, pois a Secretaria da Verª Sofia Cavedon tinha
várias obras atrasadas e paradas, das quais ela nunca falou aqui, nunca teve a
coragem de falar! Não teve a capacidade de cobrar do seu Governo o término de
salas de aulas, de muros de proteções, de novas escolas, que estavam atrasadas,
que este Vereador, quando Secretário, recuperou. Portanto, esta é a diferença
entre o discurso da Verª Sofia, que quando Secretária de Educação não se
preocupou com as obras das escolas de Porto Alegre; e da Verª Margarete Moraes,
que foi mais sensível, mais sensata.
Quero
dizer a todos os funcionários aqui: como é difícil vocês conseguirem aumento!
Como é difícil! Passaram anos com promessas de aumento, muitas promessas. Virou
a cultura da hora extra! Só que a hora extra era para aqueles amigos do rei,
amigos do Governo! A maioria não tinha hora extra.
(Manifestações
nas galerias.)
Sr.
Presidente, por gentileza, eles não querem ouvir a verdade! Eles não querem
ouvir a verdade, Ver. Sebenelo! A verdade dói muito!
(Manifestações
nas galerias.)
Quero
aqui, com a maior tranqüilidade, dizer que lá no Paço Municipal tem um Projeto
que foi elaborado junto com os funcionários da SMOV, também para gratificação
dos revisores. Muitos se aposentaram e outros... Por isso é importante nós
começarmos a qualificar o funcionário, a dar aumento para o funcionário, porque
senão todas as Secretarias - e aí na linha da Verª Margarete, que foi sensível,
sensata - terão dificuldades maiores pela frente. Porque para a SMOV poder
atender bem ao cidadão, não pode um técnico qualificado, um revisor qualificado
ir para o DMAE ganhar mais! Não, ele tem que ficar na SMOV e ganhar mais! É lá
o seu habitat natural, é lá que ele tem que produzir, é lá que ele tem
que exercer toda a sua força de atividade.
Eu
entendo que isso é um começo. Todas as Secretarias têm o mesmo direito, sim,
mas eu não posso vir aqui e ser demagogo, bajulador, e dizer que porque uma
Secretaria não recebeu não se pode começar um processo de valorização dos
funcionários! Eu entendo que não dá mais para partidarizar a questão de salário
do funcionário público municipal; eles têm todo o direito de recuperação,
independentemente da sua Secretaria, e este Governo que está aí - com minha
maior liberdade -, se não começar a recuperar os salários dos funcionários
municipais, irá para o mesmo caminho das promessas de 16 anos na Capital.
Chegou
o momento de este Governo começar a recuperar, e, se está fazendo isso agora,
tem de começar por alguma categoria. E quero deixar bem clara aqui a minha
posição...
(Manifestações
nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Por
favor. Está assegurada a palavra.
O
SR. CASSIÁ CARPES: Sou a
favor da gratificação e quero que continuem as gratificações para valorizar, para
qualificar, para amparar o funcionário público municipal que foi enganado 16
anos. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
(Por
solicitação da Verª Sofia Cavedon, e concordância do Ver. Cassiá Carpes, foi
retirada expressão ofensiva.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito
obrigado.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador-Presidente,
diante da discussão rebaixada e desrespeitosa que fez o Ver. Cassiá Carpes com
a minha pessoa, especialmente, peço que ele retire a palavra ofensiva, e, por
favor, que se desculpe, Ver. Cassiá Carpes, pois, eleito Deputado, mantém uma
postura como essa, desrespeitosa e desqualificada. Me desculpe!
O
SR. CASSIÁ CARPES: Vereadora,
não tenho nenhuma preocupação em retirar essa frase. Só que a senhora tem que
dizer sempre a verdade para seus eleitores e para Porto Alegre: que V. Exª não
se preocupou em recuperar as escolas públicas de Porto Alegre.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Qual
foi a mentira que eu disse, Ver. Cassiá?
O
SR. CASSIÁ CARPES: A
frase eu retiro, mas quero esse debate com a senhora.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: As
escolas municipais e muitas obras que estavam sendo realizadas foram
realizadas, e estão, aliás, em muito melhores condições do que outras.
O
SR. CASSIÁ CARPES: Essa
frase, eu retiro, mas não retiro a minha posição de que a Vereadora, quando
Secretária, não se preocupou com a construção das escolas de Porto Alegre.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): É o seu
pensamento. Está encerrada a discussão.
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLE nº 021/06.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, em primeiro
lugar, desejo fazer um registro: não posso acreditar que uma Casa, que tem 36
Vereadores, esteja votando, no dia de hoje, sob a égide do malfadado art. 81,
um assunto de tamanha importância. Este Projeto entrou na Casa no dia 16 de
junho; três meses e dois dias depois foi pedido o art. 81. Os Vereadores
interessados deveriam buscar o acompanhamento do Projeto. E ele só teve o
Parecer da Comissão de Justiça.
Em
segundo lugar, Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu
serei acusado de muitas coisas, nunca de incoerência, nunca de falar de um
jeito aqui e de outro ali. Não! No dia em que este Projeto entrou na Pauta - e
eu acho que a Pauta é muito importante -, eu chamava a atenção da Comissão de
Justiça - ato que fiz todas as vezes que processos como este entraram na Casa:
o art. 31 da Lei Orgânica, inciso I, diz que (Lê.): ”São direitos dos
servidores do Município, além de outros previstos nesta Lei Orgânica, na
Constituição Federal e nas leis: - padrão referencial básico, vinculativo de
todos os padrões de vencimento, nunca inferior ao salário mínimo fixado pela
União para os trabalhadores urbanos e rurais”. E mais, o art. 34 da Lei
Orgânica, que diz: (Lê.) “Fixada a isonomia de vencimentos, será vedado
conceder aumento ou reajuste de vencimentos ou realizar reclassificações que
privilegiem categorias funcionais em preterição de outras, devendo as correções
ou ajustes, sempre que necessários, em razão das condições da execução do
trabalho” - em razão das condições da execução do trabalho -, “ser feito quando
da revisão geral do sistema”.
Este
Vereador, todas as vezes que aconteceu - Agentes Fiscais, Procuradores do
Município -, sempre votou contrariamente, porque estes dois artigos da Lei
Orgânica nunca foram respeitados. E, quando, se tratou dos Técnico-científicos,
este Vereador, baseado no art. 66 da Lei Orgânica, considerou-se impedido de
votar e não votou. Mas, nas outras vezes, eu votei contrariamente.
Não
posso agora, Sr. Presidente, por uma condição especial, pela mudança do
Governo, dizer que as coisas mudaram. A Lei Orgânica ainda é a mesma. Entendo
que, ou se reclassificam todos - até pela condição de trabalho -, ou não se faz
coisa nenhuma.
Portanto,
a condição deste Vereador é de ser coerente, votar sempre da mesma forma, a não
ser que um fato novo ocorra. E aí não houve fato novo, nem ao menos deixaram
que fosse discutido nas Comissões da Casa. Foi falta de interesse? Foi falta de
responsabilidade? Não sei. Mas este Vereador sempre tem seriedade,
responsabilidade e coerência. Não posso me desligar dessas condições que são
minhas.
Então,
lamentavelmente, eu tenho a dizer, neste momento, que não cabe a iniciativa do
Prefeito para ser aprovada por esta Casa. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir o PLE nº 021/06.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, todos nós reclamamos da
situação dos funcionários públicos, especialmente pela forma de tratamento
arcaico que há muitos anos têm sido tratados. Agora, estamos aqui buscando uma
forma moderna de remuneração, de um estímulo sobre a produtividade dos
funcionários da Fazenda. Não é um aumento, como diz a Lei; é uma Gratificação
de Resultado Fazendário de Programação Orçamentária. Se houver acréscimo da
Receita acima da meta estipulada, os funcionários ganharão uma gratificação. Se
não houver acréscimo acima da meta, não ganharão nada.
Portanto,
não estamos votando um aumento. Estamos votando uma gratificação se houver
acréscimo acima da meta.
Todos
sabem que eu sou Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente desta Casa, e
nós temos algumas dificuldades na Saúde em Porto Alegre. Estive em contato com
as autoridades responsáveis pela Saúde, e constatei, Ver. Claudio Sebenelo, nós
dois constatamos, que todas as dificuldades se resumem na falta de recursos
financeiros, na falta de arrecadação. Isso sintetiza as dificuldades de uma
Administração.
Ver.
Nereu D’Avila, com muita honra lhe concedo um aparte, se for breve.
O
Sr. Nereu D’Avila: Muito
breve. Só para contestar as argumentações do Ver. João Antonio Dib, eu quero
dizer que, pela hierarquia das leis - isso qualquer primeiro-anista em Direito
sabe - precede a instância superior. Então, o art. 37 da Constituição é claro
no Inciso XVII (Lê.): “A Administração Fazendária e seus servidores fiscais
terão, dentro das suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os
demais setores administrativos, na forma da Lei”. Portanto, a Lei Orgânica fica
inferior em relação à Constituição Federal. Muito obrigado. (Palmas.)
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL:
Muito obrigado, Vereador. Hoje, estamos votando um Projeto que incentiva a
Receita e que poderá se traduzir em solução para outros vários problemas,
inclusive para um provável futuro aumento para todos os funcionários, porque,
sem Receita, é impossível se avançar.
O
Partido que se diz dos Trabalhadores está dividido: alguns são a favor dos trabalhadores
da Fazenda, outros são contra. Ouviu-se falar aqui nesta tribuna em coerência.
Pois é, coerência! No Governo Federal, pode-se instituir essa gratificação. Em
São Paulo, no Governo da Marta Suplicy, pôde-se instituir essa gratificação. Em
Fortaleza, também. Só que parte do Partido que diz que protege os trabalhadores
é contra.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. João Carlos Nedel,
eu preciso dizer que a Constituição Federal fala da autonomia dos Municípios,
no seu art. 30, e não determina que a Lei Orgânica seja feita da forma que a
Lei Federal diga.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL:
Sim, mas também não pode ser contrária... Tenho acompanhado, por muitos anos, a
situação dos funcionários da Fazenda e vejo que temos perdido vários
funcionários para outros órgãos e outras entidades. Eu acompanho e sou
testemunha disso há dez anos: nós temos perdido funcionários da Fazenda para
outros órgãos; fazem concurso e lá são aprovados. E, agora, quando o próprio Governo
busca uma parceria com os funcionários para o acréscimo de arrecadação a partir
de uma meta estabelecida, eu não entendo como é que há pessoas que podem ser
contra. É uma pena.
Portanto,
vou votar com toda a tranqüilidade, pois nós precisamos de recursos para
atender a todas as demandas da população. Todos nós sabemos que Gratificação de
Resultado Fazendário não é um aumento de salário, e sim uma gratificação por
produtividade, por resultados. Por isso, sem dúvida, eu vou votar a favor.
(Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. José Ismael Heinen está com a
palavra pra discutir o PLE nº 021/06.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Presidente, nobres
colegas Vereadoras, Vereadores, este é um assunto não tão polêmico, mas
classifico-o como sendo mais importante do que parece ser. Eu vejo este Projeto
do Executivo caminhando rumo a uma modernidade administrativa. Nós queremos e
estamos habituados a cobrar uma boa educação - como eu tenho dito -, e a
professorinha não tem auto-estima para dar aula; nós queremos uma boa
segurança, e o brigadiano, com um salário ínfimo...
(Manifestações
nas galerias.)
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Por gentileza, os trabalhos precisam
prosseguir. Agora, é o momento de apreciação do Vereador. A palavra está
assegurada, Vereador.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Obrigado, Presidente.
Como
eu estava dizendo, é um Projeto que vem a esta Casa, baseado numa remuneração,
numa gratificação estimulativa, baseada em resultados. O ideal seria... É uma
pena que o cidadão que me ofendeu, chamando-me de sargento do Exército - o que
para mim é um orgulho; ele pensa que isso é ofensa, mas para mim é orgulho -
não esteja aqui para ouvir as outras considerações. O importante seria que todo
funcionário público pudesse ter, em cima do seu resultado, os aumentos
correspondentes. Esse seria o resgate do funcionalismo público, tanto
municipal, como federal ou estadual.
Eu
vejo três eixos importantes neste Projeto. Porque imposto, minha gente, imposto
neste País é uma coisa séria, uma coisa maluca, tanto é que saiu um noticiário
na Zero Hora, que todos viram: “O país gasta 30 bilhões/ano com a burocracia
tributária”. Três mil e duzentas normas tributárias foram criadas de 1988 até
os dias de hoje. Do que nós precisamos? Simplificar as nossas leis tributárias.
Outra coisa de que nós precisamos, também, é trazer da informalidade os
contribuintes, e que eles possam se tornar cidadãos legais. Para que isso tudo
aconteça há um princípio básico: desenvolvimento, progresso, criação de
riquezas; isso para podermos aumentar as nossas arrecadações. Mas, para que
isso seja possível, não deve sair fora do eixo o combate à sonegação fiscal.
Com esses três eixos: a informalidade, a simplificação tributária e o combate à
sonegação vêm ao encontro de não podermos aumentar impostos, e, muito pelo
contrário, nós temos que trabalhar para que possamos diminuir a carga
tributária. E este Projeto, pelo que eu sinto, caminha nesse sentido, porque no
momento em que nós não aumentamos impostos, mas aumentamos a arrecadação, há
uma otimização tributária e administrativa.
Então,
estaremos votando, por essas considerações e outras, a favor deste Projeto.
Porque vimos tantas “pérolas” aqui desta tribuna, sendo aplaudidas por uns e
por outros da nossa platéia...! Vi companheiro discursar aqui, falar em
isonomia, palavra que eu até já tinha esquecido que existia neste País, que
existia na nossa Constituição. O Presidente Lula aumentou de 5% a 190% os
aumentos federais deste ano... Agora, aqui num Projeto que estimula, que dá
autoconfiança a uma categoria nobre, técnica, e eu tenho a certeza de que eles,
imbuídos da auto-estima, vão colocar todo o seu conhecimento, inclusive nas
horas vagas, para buscar as soluções necessárias para simplificar as leis, para
trazer da informalidade os que não podem pagar essa carga tributária e, com
isso, baixar impostos, mas, muito mais importante: aumentar a arrecadação.
Essa
modernidade que carece o nosso País, para que nós possamos ter mais emprego,
mas nós temos que ter coragem de avançar na modernidade; coragem de fazer e não
de nos omitir. Tanto é, meus amigos, que a bimestralidade do funcionário foi
perdida, porque havia um acompanhamento inflacionário que a arrecadação do Município
não acompanhou, atingiu a Lei de Responsabilidade Fiscal; fazia-se o inverso
nas administrações anteriores.
Então,
por tudo isso, Sr. Presidente, com essas considerações, com a consciência
tranqüila e com os esclarecimentos devidos, somos a favor e votaremos
favoravelmente à aprovação deste Projeto. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLE nº 021/06.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público presente e
assistência da TVCâmara, acho que essa discussão é importante demais. Ela é
importante porque nós temos uma história e uma trajetória nesta Cidade de
equilíbrio e sustentabilidade. E eu, sinceramente, não vejo certeza e confiança
nos acúmulos que devam autorizar qualquer medida de tomada de decisão na
direção do Projeto proposto. Por que isso? Quero dizer que fui Diretor-Geral do
DMAE, onde nós administrávamos a Receita e a Despesa - o DMAE representa cerca
de 15% do Orçamento municipal -, e é, sim, necessário ter um rigor
extraordinário para que se possa, no final do mês, ter as contas em dia, ter
honrado os compromissos e ter realizado os investimentos e as obrigações que se
tem perante a coletividade da Cidade. E me preocupa demais, porque, se aprovado
este Projeto, vai significar um aumento de despesas na ordem de 17, 18 milhões
de reais por ano, em uma situação que nós sabemos, desde já, que há uma
dificuldade extraordinária, não só para manter a atual situação dos salários,
do equilíbrio mínimo do que está dado. Equilíbrio esse não pouco importante,
porque nós temos, se comparado ao Estado, distorções insanáveis, já que a
diferença entre o maior salário e o menor salário já é de cem vezes. E Porto
Alegre tem virtudes, os salários têm um nivelamento muito maior, talvez.
Eu
lembro que, numa época, eu fiz um cálculo que era de um para quatro, e agora
alguém falou aqui que é de um para dez. E nós temos uma situação de
dificuldades, com a perspectiva de mais dificuldades ainda no futuro, porque,
como alguém falou aqui também, em dezembro cessa o pacotaço, esse que faz uma
elevação significativa dos tributos.
E
se percorrermos essa lógica - e aí eu quero dizer com toda tranqüilidade, Ver.
Cassiá -, é necessário dar aumento, sim, mas para todos os servidores, em
níveis iguais, equilibrados e merecidos. Não vai ser privilegiando A, B ou C
que se vai levar a situação de solução para os problemas financeiros,
orçamentários e administrativos de pessoal.
O
Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir o PLE nº 021/06.
(Manifestações
nas galerias.)
O SR. PROFESSOR GARCIA: Quero ressaltar, Sr. Presidente,
primeiro, relativo ao artigo 37 da Constituição Federal que coloca (Lê.):
“A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte: (...) a administração fazendária e seus servidores fiscais terão,
dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais
setores administrativos, na forma da lei”.
Quero colocar - e alguns
Vereadores já citaram - alguns exemplos de remuneração por resultados no
Brasil. Já foi dito aqui a respeito da Secretaria da Receita Federal, que a
gratificação de atividade tributária e gratificação de incremento de
fiscalização e da arrecadação... A própria Secretaria da Fazenda do Rio Grande
do Sul também tem o Prêmio de Produtividade e Eficiência. O Estado da Bahia...
Eu quero dizer aos
senhores servidores que aqui fazem algumas críticas: a Capital do Ceará,
Fortaleza, recentemente fez por Decreto, porque não teve coragem de fazer isso
que o Prefeito está fazendo aqui: submeter ao voto dos Vereadores para
discussão, porque a crítica, a vaia, as posições contrárias e as posições
favoráveis são pertinentes ao processo democrático, e eu entendo que isso é
salutar para o processo.
Mas
eu também quero colocar que em momento nenhum se está retirando dinheiro da
Saúde, ou retirando dinheiro da Educação ou de qualquer segmento. Pelo
contrário, o que se está propondo aqui é o incremento das Receitas para que
outros segmentos possam ser beneficiados. Aqui se colocam alguns detalhes que
eu acho importantes. Por exemplo: buscar o aumento da arrecadação tributária
própria através do estabelecimento de metas pela administração e do permanente
incentivo aos servidores para que as mesmas sejam atingidas.
A
GRFPO será devida pelo cumprimento de metas pré-estabelecidas anualmente.
Um
outro detalhe: somente haverá o direito de recebimento por parte do servidor
caso a meta seja cumprida total ou parcialmente; nesta última hipótese o
pagamento será de forma proporcional. Caso não haja incremento de Receita,
nenhum valor será devido ao servidor. Então, eu acho que isto aqui é muito
importante colocar.
A meta vai ser fixada; nós
não sabemos a meta. Agora, só há um detalhe: eu acho que vocês, servidores
públicos, poderiam ajudar na formação do diálogo para estabelecer as metas. Eu
gostaria, Joaquim, inclusive de dizer assim: vamos estabelecer... Vocês
poderiam estabelecer metas, por quê? São critérios.
(Manifestações
nas galerias.)
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Lógico
que esta discussão é salutar, sabem por quê? Quando não há fundamento, partem
para a gritaria.
Volto
a ler, prestem atenção. Olha só, Joaquim: “Caso não haja incremento de Receita,
nenhum valor será devido ao servidor”. E eu quero dizer com toda a honestidade:
este Vereador não trocou de lado, o que aconteceu é que este Vereador não
poderia compactuar, em momento nenhum, com o “mensalão”, porque a diferença do
“mensalão” e dos “sanguessugas” é que o “mensalão” foi institucional, e nós não
podemos compactuar com isso.
Este
Vereador continua com as mesmas posições, com os mesmos erros e virtudes,
agora, precisamos, sim, dialogar, é isso que eu faço, e é por isso que, de
forma consciente, voto a favor do Projeto.
(Não
revisado pelo orador.)
(Por
solicitação do Ver. Professor Garcia, foi retirada parte de seu discurso.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLE nº 021/06.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Prezado
Ver. Dr. Goulart, colegas Vereadores, colegas Vereadoras, funcionários públicos
aqui presentes, funcionalismo público municipal, quero dizer que no primeiro
dia que este Projeto entrou nesta Casa, o primeiro pronunciamento feito aqui,
trazendo um conjunto de pontos de vista a respeito do Projeto que institui a
Gratificação de Resultados Fazendários foi feito por este Vereador, que mantém
as suas opiniões. E vou trazê-las, novamente, aqui para a luz do debate.
O
primeiro ponto de vista que trouxemos e que mantemos na discussão, Ver.
Professor Garcia, é que este é um Projeto, sim, que valoriza os funcionários
públicos municipais da Secretaria Municipal da Fazenda. E quanto a valorizar
funcionários públicos de uma ou outra categoria não temos nenhuma oposição, ou
nenhuma dificuldade de trabalhar. Agora, por que beneficiar somente alguns em
detrimento da grande maioria? Essa é a primeira pergunta que não está
respondida. Por que beneficiar somente alguns e não tratar de toda a categoria?
E
essa é uma resposta que os próprios fazendários tem de trazer. Quem tem a
resposta? Não veio resposta, até o momento, para esta Casa; e eu fui o primeiro
a fazer esta pergunta aqui: por que beneficiar somente uma pequena parcela, em
torno de 1,5% a 2% dos funcionários públicos municipais, e não todas as
categorias?
Se
é para trabalharmos a questão de resultados, eu acredito, com muita
tranqüilidade, que o serviço público municipal, a sua eficiência, o resultado
atingido deve ser mérito de 100% dos funcionários públicos municipais e não de
uma pequena parcela. Volto a dizer aqui: a nossa Bancada trouxe esta discussão,
tanto que apresentamos uma Emenda. Se a base do Governo vier aqui e disser que
a nossa Emenda pode ser analisada, pode ser discutida e pode ser aceita, que
esse percentual de benefício que está sendo estendido à Secretaria Municipal da
Fazenda, ou aos fazendários, possa ser dirigido e direcionado para 100% dos
funcionários públicos municipais; abrimos a discussão e elaboraremos uma
política, mas uma política de resultado para o serviço público municipal na sua
totalidade. (Palmas.)
Também
fizemos um outro questionamento aqui, e o Ver. Professor Garcia não respondeu
isso, representando a base do Governo: se alguns poucos recebem um percentual
de aumento, se este vai se aproximar ou ultrapassar a Lei de Responsabilidade
Fiscal. Portanto, os demais que não receberam esse benefício ficarão impedidos
legalmente de poder receber qualquer benefício. Isso, Ver. Nereu, no diálogo
que trouxemos aqui, também não foi respondido. Queremos que seja respondido
isso, respondido sob o ponto de vista do compromisso que temos com a Cidade e
com o funcionalismo em seu todo.
O
Sr. Professor Garcia: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, ontem, na Comissão
de Economia e Finanças, nós recebemos o Relatório do segundo quadrimestre.
Hoje, o índice do Município em relação à Lei de Responsabilidade Fiscal está em
46,17%. O limite prudencial é 51,4%. Então, só queria falar este detalhe.
(Manifestação
nas galerias.)
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Esta
resposta do Ver. Professor Garcia é exatamente a resposta que defendemos e
encaminhamos, inclusive com a contradição das palmas e dos aplausos. Ver.
Professor Garcia, se está em 40%, hoje, a folha de pagamento, sobre a
responsabilidade fiscal, por que não estender para 100% dos funcionários públicos
esse benefício? Esta é a discussão, e todos os funcionários deveriam aplaudir,
agora, aqui, não uns a favor e outros contra, todos deveriam defender isso
aqui. Porque se está em 47%, tragam aqui os cálculos para dizer que este
benefício não pode ser estendido a 100% dos funcionários. Aí, sim, estaremos
fazendo uma política justa, uma política democrática e uma política de ganho
não só para o funcionalismo, mas para a Cidade, porque achamos, sim, que, se
todos trabalharem bem, todos merecem ganhar, inclusive os benefícios pelo seu
trabalho. Agora, somos contra fazer isso para uma pequena parcela em detrimento
da grande maioria.
E,
Professor Garcia, lhe agradeço muito, porque trouxe aqui a resposta para a
contradição que defendemos, e gostaria que 100% dos funcionários aqui presentes
defendessem isso: aumento para todos e não para alguns, que são privilegiados
neste momento. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Em
votação o PLE nº 021/06. A Verª
Maristela Maffei está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 021/06.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, sou uma pessoa que
tomo posição e me baseio sempre na questão política. Lembro o quanto foi
dolorido para nós, quando nós não pudemos unificar em nível federal a questão
dos aposentados, e lembro também o ônus que o Líder do Governo do meu Partido
teve que assumir, até porque o Líder do PT, o Arlindo, não pôde nos comunicar,
porque estava acidentado. Então, nós sabemos o quanto é difícil ter os ônus e
os bônus.
Eu
briguei muito nesta tribuna quando o funcionalismo público perdeu a
bimestralidade, briguei quando estava no meu Governo e fiquei mais arrasada
ainda quando o Governo do Prefeito Fogaça retirou, inclusive, a palavra
bimestralidade. Mas, nesta questão, eu quero acompanhar o meu Governo Federal
pelo seu Decreto, também a nossa Prefeita do PT em Fortaleza, a Lisiane - o
Vice é do PSB -: vou votar favorável ao Projeto e contra a Emenda da
retroatividade. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PROFESSOR GARCIA (Requerimento):
Conversando com o Ver. Todeschini, ele me contou que usa remédio continuado.
Então, quero retirar a declaração que fiz anteriormente em relação ao Vereador.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Acatado.
A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº
021/06.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, a Bancada do Partido dos Trabalhadores construiu,
junto com o PCdoB, cujos Vereadores, por motivo de saúde não se encontram
presentes, e com a Ver. ª Maristela Maffei, do PSB, uma Emenda que traduz a
nossa concepção quando se trata de aumento de arrecadação, quando se trata de
recurso público e de todos os funcionários, como partícipes da mesma condição
de possibilidades e de limites na relação com o público e na relação com a
Cidade que sustentam.
Esta
Emenda recupera uma lógica importante, que foi lá do Governo Olívio, da
construção de uma tabela, e que não foi simples, foi com muito diálogo, com
greve, mas os municipários construíram a bimestralidade vinculada ao aumento de
Receita.
A
tabela 1, a tabela 2, inclusive em períodos de inflação baixa, previa ganho
real a partir do comportamento da Receita. E aquela lógica nos parecia bastante
apropriada, porque a Receita não depende só do funcionário da Fazenda. Depende
do funcionário do DMLU, depende do bom desempenho dos professores nas escolas,
se vão otimizar recursos humanos, ou se vão camuflar e gastar mais com pessoal.
Depende da ação de cada um dos funcionários desta Cidade, do seu compromisso
com o desempenho do seu trabalho, com menos biometrias, portanto tem de estar
mais estimulado.
Portanto,
o resultado de uma cidade, na relação gasto de pessoal, custeio e orçamento,
investimento, é o resultado do compromisso do conjunto dos trabalhadores.
Então,
esta é a lógica que achamos que deve ser imprimida para os vencimentos dos
municipários.
A
Emenda diz que “atingidas as metas, conforme art. 2º, de resultado, será
estendida aos servidores em efetivo exercício uma gratificação mensal,
constituída de parcela autônoma, calculada proporcionalmente ao percentual do
alcance de metas, no valor equivalente a 0,40% - estamos trabalhando com índice
menor proposto no Projeto - do vencimento básico inicial dos servidores”. Ou
seja, todos os funcionários, em havendo aumento de arrecadação, receberiam um
percentual na forma de uma parcela autônoma de incentivo à sua produtividade
individual. E isso também é um problema. Quando nós pedimos mais ao funcionário
da SMAM, que desempenhe o seu trabalho com mais rapidez, com mais eficiência,
quando pedimos ao funcionário do DMLU que desempenhe com mais qualidade o seu
trabalho, nós temos que valorizar esse pedido. Não é apenas uma função que pode
e deve ser valorizada, e que tem repercussão para os demais. A boa visão do
funcionalismo público da Cidade, portanto, o bom pagamento dos impostos,
depende da ação de todos os funcionários, desde aquele que atende na recepção
da Prefeitura, ao que dá aula, ao da Procuradoria do Município.
Então,
nós entendemos que um Projeto desses deve ser estendido a todos e deve
valorizar a massa salarial. Estranhamos, Ver. Garcia, que conta com louvor,
aqui, que o Município, hoje, está com folga em relação à Lei de Responsabilidade
Fiscal. Eu me lembro das palavras literais do Prefeito já eleito, que, se fosse
permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, ele pagaria a bimestralidade;
cumpra-se, então, a sua palavra. Como é que nós vamos acreditar, aqui, na
tranqüilidade com que a base do Governo afirma que essa gratificação vai
incrementar a Receita, se é um cheque em branco? Porque o decreto que vai
estabelecer de onde parte, quais serão os critérios, e será um decreto do
Governo, não é um decreto que tenha a participação do Simpa, da assembléia dos
municipários, nem do Conselho do Orçamento, nem desta Casa - que essa é uma
discussão que também poderíamos fazer. É um cheque em branco que está sendo
pedido. Nós devemos acreditar no Secretário da Fazenda, no Líder do Governo, de
que, de fato, é um procedimento ajustado e que terá sucesso.
Não
é possível o conjunto da categoria ser sacrificada em troca de um cheque em
branco, em troca de um privilégio. O que nós vemos é uma terra arrasada nas
políticas construídas até então, há uma pontuação que não está sendo revista,
há um trabalho e uma lógica em andamento que não foram repensados, há,
inclusive, uma entrega para a iniciativa privada do controle do ISSQN em edital
na rua, hoje; quer dizer, mais uma entrega do que é gerenciamento do Município,
o que os funcionários podem fazer com muita qualidade.
Então,
nessa lógica, nós não entendemos que isso venha a somar. Achamos que
desrespeita e desestimula o conjunto dos funcionários, e o resultado pode ser
desastroso para a Cidade.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 021/06.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Goulart; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, com
toda a certeza a Secretaria da Fazenda Municipal hoje é dirigida por pessoas
extremamente competentes, extremamente capazes. Mas eu acredito que, apesar
dessa competência, dessa capacidade, dessa qualificação que existe entre
aquelas pessoas que estão na Fazenda Municipal, eles estão cometendo um erro ao
apresentarem o Projeto da forma como estão apresentando.
Ver.
Jocelin Azambuja, nós temos hoje comprometidos com os servidores públicos
municipais cerca de 47% da Receita. Se for dado hoje um incentivo sobre
incentivo somente para o grupo que existe na Secretaria da Fazenda, nós estamos
tentando incluir mais um grupo, que é o grupo da Secretaria da Administração
Pública, e que mexe também com valores, com Receitas, com Orçamento, com os
mesmos valores que dão garantia para que o grupo da Fazenda possa receber mais
um incentivo. Ora, com toda a certeza, todos os outros segmentos - e nós não
podemos ser contrários a isso - do funcionalismo público imediatamente estarão
lutando, reivindicando maiores salários. Acredito que nós, que estamos muito
próximos daquele comprometimento pela Lei de Responsabilidade Fiscal, vamos
entrar em uma batalha inadequada para este momento.
Eu
acredito que nós poderíamos retardar esta votação, já que existe uma
possibilidade de nós aumentarmos a arrecadação, e, em aumentando a arrecadação,
poderíamos oferecer algo a mais para o funcionalismo público. Que esse algo a
mais seja dado de forma unânime, para todos, da mesma forma; e que possa haver
um estudo para que realmente todos os setores do municipalismo possam, com esse
algo a mais, que seria 20% em cima daquilo que for arrecadado a mais, do
excesso de arrecadação que houver, que esse algo a mais possa realmente vir a
ser sentido, a ser distribuído pelo restante do funcionalismo.
A
proposta do Governo não é essa; nós, da Bancada do PSDB, temos uma divisão - e
eu já disse que não voto na proposta como ela está. Mas, se porventura, passar
esta proposta, eu vou pedir aos Srs. Vereadores que então sejamos justos, e já
que estamos dando, Ver. João Dib, para o grupo de funcionários da Fazenda - que
mexe com Orçamento, com Receita, que estão realmente mexendo com dinheiro, com
esse aumento de arrecadação -, vamos dar, então, para esse grupo da Secretaria
da Administração para que eles também possam receber a mesma coisa.
Eu
acho que isso ainda não é a justiça, porque justiça seria se pudéssemos dar
para todos os funcionários, se pudéssemos distribuir esses 20% a mais de forma
a fazer justiça a todos os funcionários. Já que não podemos fazer assim, se
passar o Projeto, se passar a proposta do Governo, que possa passar também essa
nossa Emenda e que os funcionários da Secretaria da Administração - aqueles que
mexem também com a arrecadação, com o dinheiro, com Receita - possam também
receber esse mesmo tipo de incentivo. É o pedido que faço para os Senhores
Vereadores para que possamos votar, e até para que não cometamos aqui uma
injustiça, que vai, com certeza absoluta, pesar na cabeça de cada um que votar
este Projeto de Lei, essa proposta que veio do Sr. Prefeito Municipal. É o
único pedido que eu faço àqueles Vereadores que vão votar favoravelmente à
proposta do Prefeito: se passar a proposta do Prefeito, Ver. Jocelin Azambuja,
por que não também contemplar os funcionários da Secretaria da Administração que
mexem, na verdade, com o mesmo que estão mexendo hoje aqueles funcionários da
arrecadação da Fazenda Pública Municipal?
É
um pedido que faço e um encaminhamento que fazemos pela Bancada do PSDB, muito
embora o meu querido amigo Ver. Claudio Sebenelo vá votar de maneira
diferenciada, porque tem um compromisso que ele já assumiu com os funcionários
da Fazenda, mas até para ele eu peço: já que vai votar o Projeto da Fazenda,
que vote também a nossa Emenda nº 02 a este Projeto.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza, o PLE nº 021/06, com
ressalva da Mensagem Retificativa e das Emendas. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) APROVADO por 23 votos SIM, 08 votos NÃO e 01
ABSTENÇÃO.
Agora,
votaremos as Emendas e a Mensagem Retificativa.
Em
votação a Emenda nº 01, destacada, ao PLE nº 021/06. A Verª Margarete Moraes
está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 01, destacada, ao PLE
nº 021/06.
A
SRA. MARGARETE MORAES:
Sr. Presidente, Dr. Goulart; Sr. Vice-Presidente, Ver. Luiz Braz; funcionários
e funcionárias, Vereadores e Vereadoras desta casa, nós acabamos de votar, na
segunda-feira, a LDO - Lei de Diretrizes Orçamentárias - do Município de Porto
Alegre para 2007 e nós percebemos, com muita tristeza, uma grande redução no
Orçamento, sobretudo no Orçamento das áreas sociais. Há um Projeto com um nome
belíssimo, chama-se Porto Alegre da Inclusão, mas, na verdade é Porto Alegre da
exclusão, porque ele não inclui, mas reduziu recursos da descentralização da
Cultura, da Assistência Social; não aceitou a municipalização do posto de saúde
do Partenon, cuja população está indignada com o seu atendimento; reduziu
recursos de programas de Educação; cortaram as horas extras dos funcionários do
DMLU. O Auditório Araújo Vianna, um dos grandes patrimônios culturais da cidade
de Porto Alegre está podre, Ver. Todeschini, crivado de detritos de pombos,
está destruído. Isso é uma irresponsabilidade desta Administração.
Portanto,
eu quero dizer que não é justo, não é ético, não é equânime em relação à
Cidade, à cidadania de Porto Alegre e ao resto, aos demais funcionários
públicos de Porto Alegre que este Projeto, que acabou, infelizmente, de ser
aprovado, seja retroativo a janeiro de 2006. Isso não é justo. Isso é uma
injustiça que se comete com a cidade de Porto Alegre, é uma injustiça que se
comete com os demais Vereadores desta Cidade.
Por
isso, eu solicito aos meus Pares, com toda contrariedade à aprovação deste
Projeto: vamos raciocinar. Solicito aprovação à Emenda nº 01, que é de minha
autoria. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº
01, destacada, ao PLE nº 021/06.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, uma das grandes
expressões desta Casa, sem dúvida nenhuma, foi a nossa primeira Presidenta
mulher, a Verª Margarete Moraes, que me desperta um sentimento muito grande de
carinho e de admiração por sua competência. Mas, em relação, por exemplo, ao
Auditório Araújo Vianna, o apodrecimento do Auditório não se deu em um ano, mas
vem de há muito tempo - há sete, oito anos -, com uma história horrível de
cobertura, em que houve erros administrativos e arquitetônicos fantásticos! E,
no entanto, as questões de Orçamento, que não privilegiam e já têm uma história
de tantos anos, e responsabilizar esta Administração pela sua deterioração, não
é justo. Assim como a questão orçamentária, por exemplo, da área social.
Ora,
houve um problema seriíssimo da Educação Infantil, quando da administração do
Partido dos Trabalhadores, um dos piores momentos da história de Porto Alegre,
quando os encaminhamentos da Lei de Diretrizes Orçamentárias e das leis orçamentárias
eram verdadeiros carimbos que mandavam para cá e que nunca se aumentou em um
tostão a área social; ao contrário, recebendo verbas importantes do Governo
Federal e não as levando, inclusive, àqueles que precisavam desse tipo de
verba.
Por
isso, eu quero dizer que esta é uma tarde histórica para nós, não porque foi
aprovado um aumento a uma categoria, e, com isto, não estamos privilegiando uma
categoria, mas uma Cidade inteira no momento em que tentamos, de todas as maneiras,
aumentar o faturamento da Prefeitura. Mas, principalmente, aumentar o
faturamento da Prefeitura sem imposto. Nós estamos dando a única chance que
existe de haver um aumento estendido a todo o funcionalismo se houver esse
faturamento aumentado. É esta a nossa esperança, e esta vai ser a justiça que
será feita, ao longo desse trabalho que começa agora, que ainda é
insignificante, é pequeno, mas que eu tenho certeza de que, dentro de pouco
tempo, estará se disseminando como uma onda benfazeja, não só para os
funcionários da Arrecadação - evidentemente que a Fazenda tem um tratamento
especial -, mas estendendo isso a todas as categorias, que é o que vai
acontecer, agora, este ano, e, muito provavelmente, terão resultados, não só a
longo prazo, mas a médio e a curto prazo.
E,
na verdade, o que hoje nós estamos fazendo é, indiscutivelmente, uma das mais
inteligentes propostas que já passou por esta Casa. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Atenção: Se aprovada a Emenda nº 01,
destacada, de autoria da Verª Margarete Moraes, prejudica no que se refere à
redação do art. 19 - cláusula de vigência -, a Mensagem Retificativa e a Emenda
nº 02.
Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. Nereu D’Avila, a Emenda nº 01, destacada,
ao PLE nº 021/06. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 9 votos SIM, 22 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza, a Mensagem Retificativa
ao PLE nº 021/06. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 22 votos SIM
e 09 ABSTENÇÕES.
Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza, a Emenda nº 02 ao PLE
nº 021/06. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 08 votos SIM,
22 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
O
SR. NEREU D'AVILA: Só
para ficar claro, Sr. Presidente, agora é a votação da Emenda nº 03 e há uma
Subemenda nº 01. Se a Emenda nº 03 for rejeitada, estará, automaticamente, a
Subemenda também rejeitada.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Está
certo, obrigado, em seguida apregoaremos isso.
Em
votação a prorrogação da Sessão por mais duas horas. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA com voto
contrário da Verª Sofia Cavedon.
Em
votação a Emenda nº 03, destacada, ao PLE nº 021/06, com ressalva da Subemenda
nº 01 à Emenda nº 03. A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a
votação da Emenda nº 03 ao PLE nº 021/06.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador-Presidente,
Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu respeito a alegria dos
funcionários da Fazenda, tenho certeza de que lutaram muito por isso; mas quero
aqui expressar a nossa tristeza, porque, se há uma Secretaria feliz, todas as
demais certamente se sentem desvalorizadas e desrespeitadas por um Projeto que
não tem uma proposta geral para a categoria. E a nossa Emenda, que o PCdoB sugeriu
- o Ver. Carrion, a Verª Manuela -, assinada pelo PSB, da Verª Maristela
Maffei, e toda a Bancada do Partido dos Trabalhadores, é uma Emenda que tenta
corrigir isso; que vai indicar que, em havendo aumento de arrecadação, conforme
o Projeto estabelece, o conjunto dos funcionários também receberá, na forma de
parcela autônoma, o benefício desse aumento de arrecadação.
E
eu insisto aqui que, quando o professor não falta, atende aos seus alunos,
consegue evitar a evasão, a reprovação, ele está potencializando o recurso
público da Prefeitura. Nós sabemos, por exemplo, que a reprovação escolar é
caríssima, além do prejuízo social, Verª Neuza, que causa às crianças, tem um
custo público muito alto. E poderia seguir - falo da minha carreira no
Município -, falando das outras carreiras.
Portanto, nós achamos que
tem que ser estendido, sim, o benefício, que recupera a lógica de que todos são
responsáveis por um bom serviço público, todos são responsáveis pelo Orçamento
público, pela Cidade bem atendida. Mas, mais do que isso, no momento em que a
categoria municipária, depois de 10 anos, e aí falo para os colegas da Fazenda
também, depois de 10 anos de Sindicato dos Municipários, usurpado por
diretorias que fraudaram o regimento eleitoral, que mudaram o estatuto, que
operaram um Sindicato aparelhado para o clientelismo, que “peleguearam”,
finalmente nós temos um Simpa que foi eleito pela categoria, que fez um grande
esforço para constituir um conselho de representantes - eu espero que a Fazenda
também tenha os seus representantes -, porque a categoria, sem o seu Sindicato,
dividida, atomizada, certamente os trabalhadores poderão ter vitórias
eventuais, mas não terão vitórias permanentes.
Nós precisamos,
independente de Partidos que estejam no Poder, independente de maiorias ou
minorias na Câmara, que os trabalhadores unifiquem a sua luta, discutam a
gestão da cidade de Porto Alegre, discutam um projeto para a Cidade, discutam o
Estado público, o seu financiamento, os seus impostos e os seus gastos,
controlem a nomeação de funcionários, controlem a priorização de investimentos,
e para isso é preciso que o funcionalismo saia da sua luta coorporativa pura e
simples e venha para a discussão geral dos trabalhadores, venha para a
discussão do Orçamento da Prefeitura, e para isso nós precisamos de um Simpa
fortalecido, de um Simpa vivo, de um Simpa capitalizado, de um conselho de
representantes forte e representativo.
Então
esse é o nosso voto e o nosso lamento, mas também é o desejo que a categoria,
quando vem a esta Casa, venha unificada, porque discutiu entre si, que sinta
que o municipário será vítima de “n” políticas, se trabalhar de forma
atomizada. Longa vida ao Sindicato dos Municipários, ao crescimento da
categoria, à qualificação e ao amadurecimento da categoria municipária, porque
esta Cidade, independente da política pontual, está vivendo uma gestão que
trouxe muitas perdas para Porto Alegre.
O
DMLU está sendo privatizado e a Cidade está sentindo, está suja, está sem
programas sérios de limpeza; na área da Saúde, os funcionários estão sentindo a
falta de recursos, a falta de material, e a Cidade está sentindo o decréscimo
da qualidade; na área da Assistência Social, as nossas crianças estão sem
processos sérios, e os funcionários da FASC estão vivendo um clima terrível de
opressão, de angústia, de falta de valorização. Então a discussão mais geral é
a que tem que ser feita, e a unificação dos funcionários interessa a todos: à
oposição, à situação, principalmente à cidade de Porto Alegre.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
Obrigado, Excelência.
Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza, a Emenda nº 03,
destacada, ao PLE nº 021/06, com ressalva da Subemenda nº 01 à Emenda nº 03.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 7 votos SIM, 21
votos NÃO e 1 ABSTENÇÃO. A Subemenda nº 01 à Emenda nº 03 ao PLE
nº 021/06 está prejudicada.
Visivelmente não há
quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h56min.)
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